Parlamentares discutem veto a energia mais barata para indústrias de base
11/03/2015 - 18:38
O Congresso Nacional discute agora o veto da presidente Dilma Rousseff a dispositivos que prorrogavam até 2042 contratos entre indústrias do Nordeste e concessionárias de energia para a compra de energia mais barata. São empresas como a petroquímica Braskem, a Vale e outras companhias eletrointensivas.
O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) defendeu a derrubada do veto, com o argumento de que esses contratos mais baratos são vitais para as empresas. “São empresas como uma produtora de ferro-liga, que tem contratos especiais em todos os estados porque consome muita energia elétrica e precisa disso”, afirmou.
O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), ressaltou que esses contratos representam apenas cinco empresas e que o governo tem feito negociações entre as partes para resolver a questão da energia. “As negociações entre o Ministério da Fazenda, o Ministério de Minas e Energia e essas empresas estão em estágio adiantado”, ponderou.
Vice-líder do governo, o deputado Hugo Leal (Pros-RJ), disse que a prorrogação até 2042 seria “nociva”. “Vai privilegiar alguns contratos que vencem em 2015, e estaremos abrindo mão de uma nova negociação de um novo modelo de concessão de energia”, disse.
Contratos no Nordeste
Para o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), os contratos de energia no Nordeste são responsáveis pela geração de renda e pela descentralização da política industrial e instalação de empresas na região.
“Não entendo por que o Nordeste tem de pagar a conta mais alta do ajuste fiscal. Essa venda de energia feita pela Companhia Hidrelétrica do São Francisco existe há 30 anos, é um insumo essencial para a competitividade dessas indústrias eletrointensivas que se instalaram, por exemplo, em polos petroquímicos na Bahia”, disse o senador.
Aumento das tarifas
A oposição aproveitou o veto para criticar a política energética do governo atual, especialmente o aumento das tarifas de energia. O deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) criticou duramente a política energética brasileira e disse que esse é um dos motivos que levarão as pessoas às ruas para protestar contra a presidente.
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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli