Para deputado, bingos retiram recursos da economia popular
30/03/2010 - 13:23
O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP), autor do Projeto de Lei 270/09, que proíbe os bingos, disse que apresentou a proposta porque havia bingos funcionando com base em liminares judiciais, o que criava uma distorção.
Ele ressaltou que a atividade de bingo e de jogo em geral não cria riquezas. Pelo contrário, vai tirar recursos da economia popular. Em suas contas, os bingos pagariam em impostos apenas 5,1% dos valores circulantes, o que facilitaria a lavagem de dinheiro a um valor muito barato.
Quanto à criação de empregos, Mendes Thame acredita que há soluções alternativas. "Seria muito mais barato, e mais benéfico para o País, cuidar da requalificação das pessoas que trabalhavam nos bingos que foram fechados", disse.
Proibição
O deputado Roberto Magalhães (DEM-PE) ressaltou que, nos países onde o jogo é legalizado, os bingos e cassinos são colocados no meio do deserto, em áreas indígenas, mas as cidades são preservadas. "O que não dá é para ser como era, porque, quando os bingos estavam funcionando em Recife (PE), estavam em todos os lugares", disse.
Magalhães foi relator da Medida Provisória 168/04, que proibiu os bingos e as máquinas caça-níqueis, mas foi rejeitada pelo Senado. Segundo ele, os dados do Ministério Público foram fundamentais para seu convencimento sobre o setor. "Na época, descobriu-se que a máfia siciliana estava investindo em bingos brasileiros como forma de lavagem de dinheiro, e policiais faziam a segurança dos bingos", disse.
Os deputados participam de comissão geralA sessão plenária da Câmara pode ser transformada em comissão geral para debater assunto relevante, projeto de iniciativa popular ou para ouvir ministro de Estado. A diferença entre os debates ocorridos durante a votação de matérias e a comissão geral é que, nessas ocasiões, além dos deputados, são convidados a falar representantes da sociedade relacionados ao tema debatido. sobre a proposta de liberação dos bingos.
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Reportagem – Marcello Larcher
Edição – Wilson Silveira