Continua embate entre governo e oposição sobre meta de superavit
03/12/2014 - 22:51 • Atualizado em 03/12/2014 - 23:11
Há mais de 12 horas, parlamentares de governo e de oposição discutem sobre o projeto que autoriza a alteração do cálculo da meta de superavit (PLN 36/14). Na prática, a proposta permite que o Executivo cumpra a meta de economia mesmo se terminar o ano no vermelho.
O deputado Nilson Leitão (PSDB-MT) disse que a proposta concretiza a política governamental de gastar mais do que arrecada. “É uma manobra nunca vista para tentar encobrir um calote”, afirmou.
Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), a falta de economia resultou em aumento de juros e de inflação. “Por conta dessa irresponsabilidade, o povo está pagando a conta com juros cada vez mais altos e uma inflação sem controle”, disse.
Nível de emprego
O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que a oposição está “flertando com o golpismo”, porque pretende usar a meta como justificativa de crime de responsabilidade para provocar um impeachment.
Já o líder do governo na Câmara, deputado Henrique Fontana (PT-RS), disse que a diminuição do superavit é questão de política econômica. Segundo ele, os gastos tiveram o objetivo de manter a política de empregabilidade. “Foi escolha de política econômica colocar o emprego como centro dessa política”, declarou.
Fontana lembrou que, em 2001, o então presidente Fernando Henrique Cardoso também mudou o cálculo da meta. “Quando foram governo, também mudaram a LDO e não fizeram todo esse drama que aqui fazem”, disse.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, ressaltou que essa mudança em 2001 também foi feita com independência do Parlamento. “Em 2001, quando alteramos [a LDO] não o fizemos por decisão pessoal do chefe do Executivo. Naquela ocasião, alteramos pela aprovação do Congresso Nacional, que, na democracia, é insubstituível”, afirmou, referindo-se à principal crítica da oposição.
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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli