Governo e oposição discutem rumos da economia durante votação de MP
21/05/2014 - 21:00
O debate da Medida Provisória 633/13, que autoriza o governo a injetar recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a financiar juros mais baratos para exportadores, ficou voltado nos rumos da economia brasileira. Enquanto a oposição criticou a política de fomento pelos bancos públicos e a intervenção estatal, deputados da base do governo afirmaram que essa orientação foi responsável pela melhoria dos indicadores sociais.
O deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) disse que a política de indução da economia com empréstimos públicos deu resultados “pífios” e financia apenas empresas que estão falindo, como é o caso dos negócios de Eike Batista. “Esse dinheiro do Tesouro poderia ir para a saúde e para a educação. Crescimento se faz com ambiente macroeconômico saudável, não com dirigismo”, criticou.
Já o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP) argumentou que, em vez dos empréstimos, o governo teria mais sucesso se tivesse investido em uma política de redução de impostos. “Essa montanha de dinheiro não muda os fatores da economia, seria mais eficiente um processo de desoneração”, disse.
O líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), também criticou a concessão de empréstimos com juros subsidiados. Ele disse que o Tesouro pega o dinheiro emprestado com taxa alta e empresta a taxas menores. A conta, segundo ele, não fecha, e o prejuízo é pago pelo brasileiro.
Defesa
O deputado Afonso Florence (PT-BA), no entanto, defendeu as ações governamentais e rejeitou o cenário pessimista desenhado pela oposição. “Não é verdade que a economia está um caos, o povo vive melhor, come mais, consome mais, e temos de manter o nível de emprego no País”, afirmou.
O líder do governo em exercício, deputado Henrique Fontana (RS), lembrou que o BNDES financia não só grandes empresas, mas as pequenas e médias. “Pela primeira vez, o BNDES financiou cooperativas de pequenos agricultores, pequenas e médias empresas, uma mudança de perfil que alavanca a economia brasileira”, disse.
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Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Pierre Triboli