Política e Administração Pública

Financiamento público ou privado causa embate em Plenário

12/08/2015 - 21:14  

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Ponto mais polêmico da reforma política (PEC 182/07), o financiamento de campanhas eleitorais causa disputa entre deputados em Plenário. Os deputados votam agora destaque à proposta que inclui na Constituição a previsão de financiamento de empresas a partidos.

O deputado Mário Heringer (PDT-MG) defendeu o financiamento empresarial. Segundo ele, a população não toleraria que os cofres públicos financiassem as campanhas. “Quem vai dizer na rua que o povo tem de pagar as campanhas de deputado estadual, federal e dos políticos em geral?”, questionou.

Heringer disse ainda que cortar as empresas interessa apenas a quem já está no poder, que teria garantida a fonte de financiamento pelo Fundo Partidário.

Para o líder do Psol, deputado Chico Alencar (RJ), são as doações de empresas que perpetuam as oligarquias na política. Ele defendeu, portanto, o financiamento público.

Poder econômico
O deputado Henrique Fontana (PT-RS) também criticou as doações empresariais. “Esta votação decide se as empresas vão continuar dominando o financiamento da democracia brasileira, se o poder econômico vai continuar dominando este Parlamento ou se vamos dar um passo de coragem e financiar uma campanha com pessoas físicas, que são os eleitores, sem megaempresas determinando quem tem chance ou não de se eleger”, defendeu.

Já o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) destacou que o ideal seria o Congresso limitar os gastos das campanhas. Ele criticou a minirreforma eleitoral votada no mês passado, que fixa teto de 70% da maior campanha para os deputados, o que dá cerca de R$ 5 milhões. “Um teto de R$ 5 milhões não é um teto, é um céu de brigadeiro”, disse.

O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) afirmou que a proposta dá muito poder às direções partidárias, que vão concentrar os recursos e definir quem vai ou não receber o dinheiro doado. “Estaremos constitucionalizando a figura do intermediário. A direção partidária, que além de poder ocultar as doações, vai escolher quem poderá ou não se eleger”, criticou.

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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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