Graça Foster diz que não houve contrato entre Petrobras e estatal venezuelana
11/06/2014 - 20:37
A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que não havia contrato específico com a estatal Petróleos de Venezuela S/A (PDVSA) na construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. “Não tivemos um contrato específico com a PDVSA. Houve acordos, discussões e postergações”, afirmou Foster, em audiência da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias contra a Petrobras.
Depois da demora da empresa venezuelana em participar da construção, a Petrobras incorporou os 40% que ficariam a cargo da PDVSA em dezembro de 2013.
O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) criticou a falta de contrato que permitiu à PDVSA sair da proposta sem nenhuma multa contratual. “Se tivesse um contrato, a senhora acha que um país poderia não vir? Se não veio, é porque havia abertura contratual”, afirmou.
Ecoglobal
Mais cedo, Foster afirmou que a Petrobras analisa se continuará negócios com a empresa Ecoglobal, que presta consultoria para oferecer melhorias na exploração de petróleo.
Há suspeita de que o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa, preso na operação Lava Jato, recebeu dinheiro do doleiro Alberto Youssef para facilitar o contrato da Petrobras com a Ecoglobal.
“À luz de tamanha discussão, tomamos a decisão de reavaliar o contrato. Temos até esta sexta-feira para tomar decisão sobre o contrato [de R$ 400 milhões] com a Ecoglobal”, afirmou a presidente da Petrobras.
De acordo com Foster, a comissão interna que apurou o caso na estatal não encontrou nenhum indício de que o ex-diretor tenha participado das negociações.
Nesta terça-feira (10), Costa disse à CPI do Senado que a Ecoglobal presta serviços para a estatal e que estaria negociando um novo contrato com a empresa.
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Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli