Senador diz que governo ignora denúncias graves contra a Petrobras
11/06/2014 - 19:57
O senador Alvaro Dias (PSDB-PR) questionou o que ele chamou de “postura de leniência e complacência” do governo federal com 19 representações feitas por parlamentares da oposição para investigar denúncias contra a Petrobras, em casos como a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
“Foram 19 representações da oposição e não houve nenhuma providência do governo. Não é crime de responsabilidade fazer postura de paisagem diante de denúncias tão graves?”, questionou o senador, em audiência pública da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias contra a Petrobras. A CPMI ouve neste momento a presidente da estatal, Graça Foster.
Alvaro Dias criticou especialmente as análises do Tribunal de Contas da União (TCU) de superfaturamento na construção de Abreu e Lima.
Valor da obra
De acordo com Graça Foster, há práticas na construção da refinaria pernambucana que precisam ser melhoradas, mas ela rejeita a versão de que houve superfaturamento. Abreu e Lima teve o orçamento inicial de 2,4 bilhões de dólares elevado para 18,5 bilhões de dólares. “Prefiro dizer que estamos avaliando processos e estamos discutindo [com o TCU] sobre superfaturamento ou não”, explicou Foster.
Anteriormente, a executiva disse que o aumento no valor da obra aconteceu porque o custo da refinaria foi feito a partir de ampliações de outras refinarias e também porque foi adicionado o custo de melhorias em seu entorno.
Representação
No início da tarde de hoje, o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), protocolou representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) para que sejam investigadas prováveis práticas de fraude contra acionistas minoritários da Petrobras e de improbidade administrativa por parte de diretores e ex-diretores, presidente e ex-presidente da estatal brasileira.
A representação baseia-se em declaração do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa de que a estatal decidiu construir a refinaria sem ter um projeto definido e fazendo uma “conta de padeiro”.
A comissão está reunida no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.
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Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Pierre Triboli