Política e Administração Pública

Ex-diretor da Petrobras preso pela PF não tinha palavra final sobre refinaria, diz presidente

11/06/2014 - 18:23  

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa não tinha palavra final sobre a refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco, afirmou há pouco a presidente da estatal, Graça Foster. “Definitivamente não. O ex-diretor não tinha poder soberano sobre as decisões colegiadas da Abreu e Lima”, afirmou, em reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga denúncias contra a Petrobras.

Costa foi preso em março deste ano, durante a operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investigou um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Ele foi libertado em 19 de maio por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Graça Foster disse que o conhecimento dela sobre a operação e a atuação de Costa é somente o que lê na imprensa. “É um assunto que estarrece a todos nós, quando a gente lê sobre operações criminosas ficamos, só com a suspeita, muito envergonhados”, disse.

O ex-diretor foi preso novamente hoje pela Polícia Federal no Rio de Janeiro por ordem do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, responsável pelo processo da Operação Lava Jato. O pedido foi formulado pelo Ministério Público Federal para evitar que Costa fuja do Brasil, devido a supostas contas que o ex-diretor mantém na Suíça com depósitos de 23 milhões de dólares, bloqueados nesta quarta-feira pelo ministério público do país europeu.

Obras no entorno
Graça Foster afirmou que o governo de Pernambuco se comprometeu com obras no entorno da refinaria de Abreu e Lima, no porto de Suape e nas rodovias. “O que tenho de informação é que o estado não poderia atender as demandas da Petrobras a tempo de nossa necessidade”, disse Foster.

Segundo ela, a estatal colocou cerca de R$ 780 milhões nessas obras. “Na entrada do porto, há uma área que está por conta do governo federal, e a Petrobras já colocou tudo que devia”, disse, em resposta ao relator, deputado Marco Maia (PT-RS), que encerrou suas perguntas depois de mais de duas horas.

“Esta CPI vai contribuir para que o Brasil possa avançar na gestão de projetos petrolíferos para o País”, afirmou Maia. Ele defendeu uma nova lei para a contratação de pessoas pela Petrobras.

A comissão está reunida no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

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Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcos Rossi

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