Cunha quer convocar Cid Gomes para esclarecer críticas à direção da Câmara
Pedido de convocação deve ser votado ainda hoje.
04/03/2015 - 16:51 • Atualizado em 04/03/2015 - 17:08
O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, disse há pouco que colocará em votação no Plenário ainda nesta quarta-feira (4) a convocação do ministro da Educação, Cid Gomes, para esclarecer, em Plenário, declarações de que “a direção da Câmara será um problema grave para o Brasil” com a atual presidência.
Cid Gomes fez as declarações na última sexta-feira (27) em Belém durante uma visita à Universidade Federal do Pará em reunião com professores e reitores de universidades federais.
“Há um requerimento de convocação do ministro da Educação, vamos colocar a matéria sobre a Mesa e vamos aprovar e ele vai ter de explicar quem são os achacadores do Congresso”, disse Cunha.
Gomes também afirmou que, para pelo menos 300 deputados, “quanto pior [estiver o governo], melhor”. “Tem lá uns 400 deputados, 300 deputados que quanto pior melhor para eles. Eles querem é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais, tomarem mais, tirarem mais dele, aprovarem as emendas impositivas.”
Para Cunha, não é possível o Brasil ter o lema “Pátria Educadora” com esse tipo de declarações. “Um governo que tem como lema Pátria Educadora, não pode ter um ministro da Educação mal educado.”
Já o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), disse que a declaração do ministro dificulta ainda mais a relação entre Executivo e Legislativo. “O governo vive uma crise política e alguns atores querem debelar a crise jogando gasolina no fogo”, afirmou.
Regulamentação dos domésticos
O presidente também confirmou que deve ser votado hoje o Projeto de Lei Complementar 302/13, que regulamenta os direitos dos trabalhadores domésticos, como Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), seguro-desemprego, indenização por demissão sem justa causa, pagamento de horas extras, adicional noturno e seguro contra acidente de trabalho.
“Vamos tentar a regulamentação das domésticas e a PEC da Bengala que já está programada”, disse em relação à Proposta de Emenda à Constituição 457/05, do Senado, que aumenta de 70 para 75 anos a idade máxima para aposentadoria de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal de Contas da União (TCU) e dos demais tribunais superiores.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Newton Araújo