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Retrospectiva 2015

CPI do BNDES deixa para 2016 apenas discussão e votação do relatório final

30/12/2015 - 18h27

  • CPI do BNDES deixa para 2016 apenas discussão e votação do relatório final

A CPI do BNDES começa 2016 já na reta final. O prazo de funcionamento da comissão foi prorrogado por 20 dias em dezembro, apenas para que seja discutido e aprovado o relatório final.

Não há mais depoimentos marcados e a primeira atividade, assim que terminar o recesso parlamentar, será a apresentação dos relatórios setoriais pelos deputados Alexandre Baldy, do PSDB de Goiás; Cristiane Brasil, do PTB do Rio de Janeiro; André Fufuca, do PEN do Maranhão; e André Moura, do PSC de Sergipe.

Depois disso, os relatórios setoriais poderão ou não ser aproveitados pelo relator da comissão, o deputado José Rocha, do PR da Bahia.

O presidente da CPI, deputado Marcos Rotta, do PMDB do Amazonas, queria a prorrogação dos trabalhos por mais dois meses, mas foi vencido por um requerimento assinado pelos líderes de nove partidos e atendido pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Marcos Rotta reclamou de tratamento diferenciado.

"Penso não ser justo nessa balança que outras CPIs tenham tratamento diferenciado ao tratamento de uma CPI, talvez, mais emblemática, e a mais difícil de ser prosseguida, exatamente por conta da grande gama de informações, dos elementos que temos, das informações, dos contratos, dos dados, enfim, nós estamos trabalhando numa CPI eminentemente técnica"

A CPI foi criada em agosto com a finalidade de analisar irregularidades em empréstimos do BNDES entre 2003 e 2015, período em que o banco financiou grandes empresas nacionais para que elas competissem no exterior.

Nos cinco meses seguintes, a comissão ouviu os depoimentos de 21 pessoas, entre as quais o empresário Eike Batista, o pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco.

Deputados da oposição apontaram blindagem de empresários, como os controladores do grupo JBS-Friboi, que não foram convocados. Um dos deputados que reclamaram foi o vice-presidente da CPI, deputado Miguel Haddad, do PSDB de São Paulo.

"O que nós temos aí muito claro é que, durante todos os trabalhos da CPI, o que se tentou foi uma blindagem, e até com um certo sucesso. Tanto é que nós não conseguimos ouvir. As oitivas foram direcionadas, de certa forma".

Já os aliados do governo, como o deputado Davidson Magalhães, do PCdoB da Bahia, dizem que a CPI não encontrou qualquer irregularidade nos financiamentos.

"Não vimos aqui nenhum tipo de irregularidade identificada, então a frustração não se dá por conta dessa CPI. Se dá porque se buscou todo o tempo essas irregularidades e não foram encontradas até hoje."

A apresentação dos relatórios setoriais está marcada para o dia 2 de fevereiro.

Reportagem — Antonio Vital

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As matérias serão veiculadas ao longo da programação.

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