Deputados do PSDB questionam atuação do BNDES na construção de porto cubano
27/05/2014 - 16:17
O deputado Carlos Brandão (PSDB-MA) destacou há pouco que conhece muitos empreendedores brasileiros que não conseguem ter acesso ao recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), enquanto uma série de obras realizadas fora do País, como o porto de Mariel, em Cuba, e o metrô de Caracas (Venezuela), obtêm esses investimentos. “Ou o crescimento nacional não é prioridade ou estão sobrando recursos para irem lá para fora”, questionou, durante audiência na Câmara dos Deputados com o presidente do banco, Luciano Coutinho.
Brandão, um dos parlamentares que sugeriu a realização da audiência, criticou também o fato de esses investimentos para o exterior serem sigilosos. Ainda segundo o deputado, ao longo dos últimos três meses, apenas três navios atracaram no porto de Mariel. “Enquanto isso, enfrentamos o caos no porto de Santos (SP)”, lamentou.
Também autor do requerimento para a realização da reunião, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP) quis saber se houve empréstimo a fundo perdido (sem previsão de retorno) no caso do porto de Mariel, o que foi negado por Luciano Coutinho.
Macris também criticou o que chamou de “perda de credibilidade da instituição”, já que, segundo ele, o BNDES tem sido usado para mascarar as contas públicas, por meio de ações, para ele pouco ortodoxas, como antecipação de dividendos. O parlamentar quis saber ainda quanto do capital do banco está investido na Petrobras. “Só para a refinaria de Abreu Lima (Recife) o banco emprestou R$ 19 bilhões. O banco não avaliou os riscos?”, quis saber.
Luciano Coutinho participa de audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados sobre a concessão de empréstimos à Construtora Odebrecht para realização das obras do Porto de Mariel, em Cuba; e o financiamento do Grupo JBS – Friboi, entre outros temas.
A reunião prossegue no plenário 5.
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Reportagem – Juliano Pires
Edição – Marcos Rossi