Meio ambiente e energia

Para deputado, supermercados buscam lucrar com venda de sacolas

11/08/2011 - 14:13  

O deputado Jesus Rodrigues (PT-PI) afirmou há pouco que aquilo que chamou de “satanização” das sacolas plásticas foi uma decisão articulada dos supermercados. "Se passarem a ser cobradas, as sacolas, que hoje são uma despesa para os supermercados, vão se tornar uma receita", explicou.

O parlamentar, que é fabricante de sacolas plásticas, lembra que diversos produtos já vêm embalados em plásticos e ninguém está combatendo isso. "Acho que o problema é mais econômico do que ambiental", afirmou. Para Jesus Rodrigues, a solução é passar a reciclar essas sacolas.

O presidente da Associação Brasileira de Supermercados, Sussumu Honda, respondeu que os supermercados não querem vender sacolas. Segundo ele, em Belo Horizonte a sacola compostável é vendida ao preço de custo, que seria de R$ 0,19. "Em outras cidades menores, como Xanxerê (SC), nem há venda de sacolas. São cidades que estão buscando alternativas ambientais", completou.

Solução
Já o deputado Dr. Ubiali (PSB-SP), apontou que a população está preocupada com uma solução para o problema. "O Ministério do Meio Ambiente está certo, precisamos de alternativas tecnológicas para reciclagem das sacolas plásticas", apontou.

A secretária de Articulação Institucional e Cidadania do Ministério do Meio Ambiente, Samyra Crespo, destacou que não é mais viável continuar descartando resíduos sólidos como a população brasileira faz atualmente.

Samyra Crespo defendeu uma aliança com a indústria da mesma forma como foi feito com os mercados. "Precisamos sair de nossa zona de conforto e buscar soluções conjuntas", defendeu.

Relator
No encerramento da audiência pública, o deputado Ronaldo Zulke (PT-RS), que é relator de 22 propostas que regulamentam o uso das sacolas plásticas, afirmou que os depoimentos apresentados hoje, na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, reafirmaram a complexidade do problema.

"Saímos daqui falando de todas as embalagens plásticas e não apenas da sacolinha. Isso dificulta minha tarefa. Nosso objetivo é formar um parecer que dê conta da polêmica e que encaminhe uma solução negociada para que, inclusive, o Brasil seja referência nesta área", concluiu.

Reportagem - Geórgia Moraes/ Rádio Câmara
Edição - Juliano Pires

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