Política e Administração Pública

Oposição diz que não vai dar quórum para votar denúncia

25/10/2017 - 10:33   •   Atualizado em 25/10/2017 - 11:24

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Deputados da oposição reafirmaram, nesta manhã, a decisão de não garantir o quórum de 342 deputados necessários para aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco.

Parlamentares do PT, do PCdoB e do Psol, entre outras legendas, montaram um Plenário informal no Salão Verde da Câmara dos Deputados onde dizem que passarão o dia fazendo o uso da palavra contra o governo de Temer.

A ideia é só entrar no Plenário Ulysses Guimarães quando for atingido o quórum de 342. Com isso, eles esperam adiar a votação do processo e angariar mais votos a favor da abertura de processo contra Temer e os ministros pelo Supremo Tribunal Federal.

“Hoje o governo não vai conseguir seu objetivo, que é arquivar mais uma denúncia gravíssima contra Temer, 95% dos brasileiros querem seu afastamento”, afirmou o vice-líder da Minoria deputado Henrique Fontana (PT-RS). “A possibilidade de o governo colocar no Plenário 342 deputados é muito baixa. Essa denúncia não será arquivada hoje."

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Sessão para analisar denúncia contra Michel Temer e Ministros
Oposição reunida no Salão Verde nesta manhã

Para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), o não atingimento do quórum mostrará a fraqueza de um governo que, “mesmo comprando votos, está em dificuldades para não ser processado”. Valente referiu-se a decisões recentes do governo Temer que valeriam como compra de voto, como o afrouxamento do conceito do trabalho escravo que beneficiaria ruralistas.

A recomendação do deputado Bacelar (Pode-BA) é para que a sociedade fiscalize o voto dos deputados. “Aqui o deputado consegue a liberação de recursos para asfaltar uma rua, mas depois votará para perdoar a dívida dos grandes empresários e as multas ambientais”, denunciou.

Isso porque, segundo o líder do PT, deputado Carlos Zarattini (SP), passada a votação de hoje, o governo voltará com a agenda da reforma da Previdência, por exemplo. “Queremos paralisar todos os projetos antipopulares contrários ao Brasil. O nosso objetivo é não ter a votação para que esse governo fique paralisado. Quanto mais paralisado, melhor.”

Aposta do governo
O vice-líder do governo, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), ironizou a estratégia da oposição de montar um palanque informal no Salão Verde na tentativa de impedir o quórum de 342 deputados necessários para autorizar o processo contra Temer. Na avaliação de Perondi, a oposição está envergonhada e acovardada. “É o espaço que eles têm”, disse.

A expectativa do parlamentar gaúcho é que o quórum seja atingido só no meio da tarde. “Por isso, começamos cedo.” 

Perondi conta ainda com mais de 263 votos a favor de Temer para arquivar o pedido de abertura de processo. “Fica em torno de 265 a 270”, apostou.

Segundo ele, o governo sairá mais forte da votação, com uma nova pauta. “Vai ser imediatamente a reforma da Previdência, a simplificação tributária e outras reformas microeconômicas. O governo sai revigorado e com uma pauta forte. Nós vamos trabalhar intensamente até o Natal”, prometeu.

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Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Natalia Doederlein

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