Governistas criticam denúncia contra Temer; oposição está ausente do Plenário
A discussão foi encerrada e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aguarda o quórum para votação
25/10/2017 - 11:55
Deputados governistas criticaram, em Plenário, a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente da República, Michel Temer, e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) por organização criminosa e obstrução de Justiça (SIP 2/17).
Os parlamentares de oposição estão ausentes do Plenário, para não dar quórum para a votação da denúncia. O quórum atual é de 238 deputados. Para que a denúncia seja aceita pelo Plenário e o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a abrir processo contra o presidente da República, é necessário o apoio de 342 deputados.
Como não havia mais parlamentares inscritos, a discussão acaba de ser encerrada. Agora, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, aguarda o quórum para votação.
Críticas
Vice-líder do governo, o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) criticou a oposição por não comparecer ao Plenário, acusando-a de “covarde”.
Já o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS) disse que as delações que foram base para a denúncia são mentirosas. Segundo ele, após o término do mandato, Temer poderá se defender na Justiça. Ele afirmou que investidores nacionais e internacionais voltaram a acreditar no Brasil, após o início do governo Temer. E ressaltou que o governo está pagando as emendas parlamentares, “cumprindo com suas obrigações”.
O deputado Delegado Edson Moreira (PR-MG) argumentou que a denúncia é “inepta”, porque as provas teriam sido colhidas por meio ilícito. Conforme ele, o ex-procurador geral da República Rodrigo Janot “treinou” os delatores. “Foi tudo uma grande armação para bagunçar o País”, opinou.
O deputado Júlio Lopes (PP-RJ) também afirmou que a denúncia não tem fundamentação e defendeu que as investigações prossigam após o término do mandato presidencial. Na visão dele, todas as instâncias do poder político brasileiro estão sendo acusadas sem razoabilidade, “gastando o tempo da nação, tratando de forma superficial temas de extrema gravidade”.
O deputado Zé Augusto Nalin (PMDB-RJ) também defendeu que Temer fique até as eleições de 2018, e que depois “acerte as contas com a Justiça”. O deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP) salientou a queda da inflação e da taxa básica de juros após o início do governo Temer.
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Reportagem - Lara Haje
Edição - Marcia Becker