Relações exteriores

Câmara aprova moção de apoio a intervenção militar na Líbia

25/02/2015 - 17:02   •   Atualizado em 25/02/2015 - 17:53

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou por aclamação, nesta quarta-feira (25), uma moção de apoio à intervenção militar na Líbia, sob o amparo da Organização das Nações Unidas (ONU), a fim de conter as ações do Estado Islâmico (EI) naquele país. A moção foi proposta pelo deputado Andre Moura (PSC-SE), que pediu seu encaminhamento à Presidência da República, ao Ministério das Relações Exteriores e ao Escritório Central da ONU em Nova York.

Divulgação
Deputado André Moura (PSC-SE)
Andre Moura: diante da violência praticada pelo Estado Islâmico, o Brasil precisa apoiar coalizão internacional.

Grupo extremista
O Estado Islâmico é um grupo extremista que atua principalmente na Síria, no Iraque e na Líbia. Neste último país, o grupo degolou, no dia 15 de fevereiro, 21 cristãos coptas egípcios, provocando reação imediata do Egito, que bombardeou alvos do grupo e pediu ao Conselho de Segurança da ONU a aprovação de intervenção militar na Líbia.

Desde a queda do ditador Muamar Kadafi em 2011, dois principais grupos rivais tentam consolidar seu poder na Líbia, deixando muitas regiões sem controle. As áreas-chave de presença do Estado Islâmico são o leste da Síria e os vales dos rios Tigre e Eufrates, nesse país e no Iraque. O grupo controla recursos importantes, como campos petrolíferos e rotas comerciais.

A ideologia do Estado Islâmico é o salafismo, uma versão fundamentalista da fé muçulmana que pretende expurgar a religião das influências que recebeu após a morte de Maomé, quando ela se expandiu para o convívio com diversas culturas.

A doutrina é extremamente agressiva contra pessoas de religiões diferentes, que, com frequência, são assassinadas ou forçadas a se converter.

Barbáries
Para o deputado Andre Moura, soluções pacíficas sempre são o melhor caminho, mas, diante da violência praticada pelo Estado Islâmico, o Brasil precisa apoiar a coalizão internacional que será formada para atuar contra o grupo extremista. “Até este momento, só assistimos a barbáries estampadas nos jornais, além dos aterrorizantes vídeos de decapitações, assassinatos a sangue-frio de pessoas de várias nacionalidades e agora condenados pelo simples fato de serem cristãos”, afirmou.

"Infelizmente, até agora, o Brasil, representado pelo Poder Executivo, não se manifestou sobre o assunto aos chefes de Estados dos respectivos países envolvidos. Nenhuma tomada de posição firme, o que nos deixa profundamente preocupados, pois somos um País com mais de 80% da população cristã, mais de 160 milhões de pessoas que professam a mesma fé", disse o deputado.

Segundo Moura, somente no Iraque, no ano passado o grupo foi responsável pela morte de mais de 4,3 mil civis.

“O Brasil é a favor da paz internacional, da civilidade e do respeito à vida e à liberdade religiosa. Portanto, temos de nos posicionar pronta e convictamente como aliados da comunidade internacional na coalizão que será formada para conter a violência e a barbárie disseminada pelo autodenominado Estado Islâmico”, avaliou Andre Moura.

Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli

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