Presidente do BC nega pressão política em aumento de juros
09/12/2014 - 12:13
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, afirmou há pouco que os dois aumentos da taxa Selic após as eleições não ocorreram por pressão política. Os juros básicos da economia aumentaram em 0,75 ponto percentual no final de outubro, dois dias após o segundo turno, e no início deste mês.
“No início de setembro, o dólar estava a R$ 2,25. Tivemos uma desvalorização nominal da ordem de 10% do real. Houve uma valorização generalizada do dólar. A nossa estratégia, que era válida, foi mudada ao longo do mês de outubro”, disse Tombini, em resposta a parlamentares da oposição.
O líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), criticou o aumento dos juros. “O BC sucumbiu à pressão da presidente Dilma de tirar aumento de juros da disputa presidencial? A presidente se elegeu com a tese de que a taxa de juros deveria cair, mas subiu e muito.”
O deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) também questionou o aumento de juros somente após as eleições, já que, tecnicamente, o Banco Central sabia que teria de reajustar a taxa.
Tombini lembrou que as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) são remarcadas com um ano de antecedência e não houve mudanças por questões eleitorais. “Os sinais estavam ali. Não é porque está ocorrendo eleição que vamos remarcar a reunião do Copom.”
Câmbio
O mecanismo de swap (troca) cambial, de acordo com o presidente do Banco Central, tem atingido plenamente seus objetivos. O objetivo do swap é conter aumentos excessivos do dólar pelo crescimento da demanda pela moeda norte-americana, que está sendo negociada em torno de R$ 2,60.
“O volume ofertado até agora, cerca de US$ 100 bilhões, corresponde a menos de 30% das reservas internacionais do País. Não traz comprometimento a esses ativos, uma vez que esses instrumentos são liquidados em reais”, afirmou.
Tombini participa neste momento de audiência pública de audiência pública da Comissão Mista de Orçamento, realizada em conjunto com cinco outras comissões da Câmara e do Senado. O debate ocorre no plenário 2.
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Daniella Cronemberger