Política e Administração Pública

Alves tenta acordo para garantir votações, mas oposição mantém obstrução

10/06/2014 - 18:48   •   Atualizado em 10/06/2014 - 19:04

O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e líderes de partidos da base do governo tentaram, sem sucesso, demover os líderes de oposição da intenção de obstruir todas as votações até que seja analisado o projeto (PDC 1491/14) que anula os efeitos do decreto presidencial (8.243/14) sobre a Política Nacional de Participação Social. PSDB, DEM, PPS, SD e até o PSD anunciaram que vão tentar impedir as demais votações até que o projeto seja analisado.

Henrique Alves disse que está negociando a transformação do decreto em um projeto de lei, a ser enviado pelo Executivo à Câmara dos Deputados. “O meu estilo é, antes da radicalização, tentar uma negociação política republicana”, disse. Alves criticou a obstrução que, segundo ele, vai passar a impressão de que a Câmara não trabalha. “Com a obstrução, não vamos trabalhar hoje nem amanhã. E já há desgaste demais nesta Casa”, disse.

Alves quer votar o projeto que regulamenta o direito de resposta nos meios de comunicação (PL 6446/13). A votação seria a resposta legislativa à reportagem divulgada pelo Fantástico no domingo, baseada no livro do juiz Márlon Reis que narra práticas de um deputado corrupto fictício.

A reportagem afirma que parlamentares desviam dinheiro das emendas parlamentares para custear as campanhas políticas.

O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), também cobrou a votação. “Não podemos paralisar esta Casa e impedir a votação de uma matéria que não tem oposição”, criticou.

Posicionamento
Já o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), defendeu a obstrução. Ele disse que a oposição já tinha anunciado a pretensão de paralisar a Casa até a derrubada do decreto, pela presidente da República ou pelo Congresso. Ele disse ainda que a posição política marcada pela obstrução faz parte do trabalho do Parlamento.

"Esta Casa não trabalha só quando vota, mas quando se posiciona politicamente, colocando de forma clara que houve invasão do nosso espaço institucional. Anunciamos na semana passada que, se não houvesse recuo, iríamos estabelecer obstrução, não foi surpresa para ninguém”, explicou.

Continue acompanhando a cobertura desta sessão.

Assista ao vivo.

Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli

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