Relações exteriores

Governo brasileiro pede esclarecimentos aos EUA

02/09/2013 - 20:36  

O novo ministro de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, se reuniu nesta segunda-feira (2) com o embaixador norte-americano, Thomas Shannon, e cobrou esclarecimentos oficiais dos Estados Unidos sobre o que o governo brasileiro classifica de "grave violação da soberania nacional".

"As coisas foram ditas de forma muito clara. Ele tomou nota de tudo o que eu disse, para que nos envie, por escrito, as explicações formais que o caso requer. Eu quero que o governo americano dê as explicações", disse Figueiredo.

Segundo o ministro, a resposta efetiva do Brasil à espionagem vai depender desses esclarecimentos por parte dos norte-americanos. Ele não confirmou nem descartou a viagem oficial da presidente Dilma Rousseff aos Estados Unidos, prevista para outubro. O Brasil também pretende levar o caso aos fóruns internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Brics, em busca de ações conjuntas que previnam a espionagem.

Protocolo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, explicou que, após as denúncias de julho sobre espionagem dos EUA a comunicações de brasileiros, propôs ao governo americano um protocolo que deixasse claro que a interceptação de dados e comunicações só poderia ser feita em território brasileiro com ordem judicial, respeitado o princípio da inocência, nos casos de atos ilícitos ou indícios de práticas criminosas.

O governo norte-americano afirmou que não concordava em firmar esse protocolo com o Brasil e com nenhum outro país, mas que estaria disposto a acordos pontuais. O ministro disse que a atual denúncia é ainda mais grave devido às supostas questões política e empresarial envolvidas na espionagem.

"Nós precisamos acabar o ciclo do que está acontecendo. Eu cheguei dos Estados Unidos na sexta-feira. No domingo, tivemos a notícia levada ao ar. Agora, queremos a explicação em relação a esses novos fotos. A partir desta análise, o governo brasileiro tomará as medidas necessárias para estar ajustado com a sua avaliação de que a violação da nossa soberania é inadmissível", disse Cardozo.

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Pierre Triboli

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