Deputados denunciam "casuísmo" em mudanças para novos partidos
16/04/2013 - 17:10
Deputados do PSB, PV e PPS criticaram a proposta que impede a transferência do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e dos recursos do Fundo Partidário relativos aos deputados que mudam de partido durante a legislatura (PL 4470/12).
O texto está na pauta de votações de hoje e pode inviabilizar a fusão entre o PPS e o PMN, prevista para amanhã (17), e a criação do partido de Marina Silva (Rede Sustentabilidade), que neste momento se reúne com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, para tentar frear a proposta.
O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), defendeu o mérito do projeto, mas que a sua aplicação não seja imediata. "Nós apoiamos a criação do PSD, e agora temos alguém com identidade, como Marina Silva, impedida de criar o seu partido por esse rolo compressor do governo, que vai inviabilizar todos os projetos, inclusive o nosso, para não nos deixar organizar no campo da oposição", disse.
Já o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), disse que esse projeto tem um viés eleitoral pensado para as eleições de 2014 e denunciou o casuísmo dos parlamentares favoráveis. "Não se faz a reforma política, mas se pensa milimetricamente em como manter esse status quo atual prejudicando a liberdade de outros expressarem suas opiniões na criação de partidos", disse.
Já o deputado Sirkis (PV-RJ) disse que a proposta vai enterrar a criação do partido de Marina. "Isso é um casuísmo para que o partido da Marina, que teve 20 milhões de votos nas últimas eleições presidenciais, não tenha condições mínimas de concorrer. O mais grave é tirar o tempo de televisão", disse.
Inteção é votar hoje
A intenção dos líderes partidários, decidida em reunião nesta tarde, é votar como primeiro item de pauta da extraordinária a urgência do PL 4470/12, do deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), que impede a transferência do tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão e dos recursos do Fundo Partidário relativos aos deputados que mudam de partido durante a legislatura.
Na última quarta-feira (10), o Plenário rejeitou o pedido de urgência para o projeto numa votação polêmica.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Newton Araujo