CPMI do Cachoeira ouvirá Pagot no dia 28, antes de Cavendish
15/08/2012 - 09:28
O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), adiou por um dia o depoimento do ex-presidente da Construtora Delta, Fernando Cavendish. Ele será ouvido no próximo dia 29. Para o dia 28, foi marcado o depoimento do ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot. Os dois depoimentos vêm sendo cobrados por integrantes da CPMI.
Pagot já havia declarado sua disposição de colaborar com a CPMI. Ele deixou o Dnit em 2011, após denúncias de irregularidades, e atribui a pressão pela sua saída ao grupo comandado por Cachoeira, que teria interesse de defender interesses da Delta no órgão. Em entrevistas, Pagot disse que era procurado por partidos para captar doações ilegais de empreiteiras para campanhas políticas.
"Nós decidimos trazer inicialmente o Luis Antônio Pagot porque houve, da parte dele, algum tipo de declaração que envolvia a sua posição no Dnit com a empresa Delta, presidida pelo senhor Fernando Cavendish. Ao acusador, cabe inicialmente o direito de se manifestar ", disse Vital do Rêgo.
Quanto ao depoimento de Cavendish, o senador disse acreditar que “pode não render tanto para a CPI”, já que o depoente ocupa posição de acusado e não de colaborador.
Na mesma semana dos depoimentos de Pagot e Cavendish, também serão ouvidos o empresário Adir Assad e Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, empresa responsável pelo desenvolvimento rodoviário em São Paulo. Assad, que será ouvido no dia 28, é apontado como agente usado pela Delta e outras empresas para lavar dinheiro. Já Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, deve falar no dia 29 sobre os contratos firmados entre a Dersa e a construtora Delta.
Sigilo
Sobre os depoimentos dos procuradores federais Daniel Rezende Salgado e Lea Batista de Oliveira, que trabalham nos inquéritos relativos às operações Vegas e Monte Carlo, o presidente da CPMI disse não ter definido se serão ou não secretos. A decisão deverá ser feita pelo colegiado antes do dia 22.
"Há parlamentares que entendem que esse tipo de depoimento pode e deve ser colhido em regime de sigilo, pela delicadeza e menções a determinados fatos que incidem no processo judicial e que serão determinantes para uma sentença. Se assim for necessário, haveremos de fazê-lo", disse.
Da Redação/WS
Com informações da Agência Senado