Política e Administração Pública

Empresária nega envolvimento com Cachoeira e diz que seu nome foi usado

15/08/2012 - 11:42  

Alexandra Martins
Roseli Pantoja da Silva
Os integrantes da CPMI concluíram que Roseli foi vítima da organização criminosa.

A comerciante Roseli Pantoja disse na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira que seu nome foi usado sem sua autorização e que só soube do seu suposto envolvimento com o contraventor Carlinhos Cachoeira pelas notícias que leu na internet. “Não tenho nenhum envolvimento com essa quadrilha. Estou aqui para esclarecer o que puder”, afirmou.

Ela disse que nunca viu Cachoeira nem conhece as demais pessoas apontadas como integrantes da organização criminosa investigada pela comissão.

Roseli corrigiu a grafia do nome dela, que termina com “i”, e não com “y”, como foi grafado nos inquéritos da Polícia Federal. Ela também disse que o CPF apontado na documentação da CPMI não é o dela. O nome da mãe dela também é diferente. Apenas o endereço é o mesmo.

"A fala dela mostra o nível de complexidade dessa organização criminosa. A empresa no nome da senhora Roseli movimentou R$ 60 milhões", disse o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG).

Roseli é apontada como sócia da empresa Alberto & Pantoja Construções e outras cinco empresas utilizadas pelo esquema de Cachoeira. Ela disse que não conhece nehuma dessas empresas.

Ela afirmou que, há cerca de um ano, deu uma procuração para o ex-marido, o contador Gilmar Carvalho Moraes, abrir sua empresa, que é uma loja de itens de rock na Feira dos Importados de Brasília. Entretanto, o relator afirmou que a Alberto & Pantoja foi aberta em 2010. O ex-marido deverá ser convocado a depor.

Roseli foi casada por 13 anos com o contador. Eles se separaram há dez meses e a procuração para ele abrir a empresa foi um dos motivos para o fim do relacionamento. O ex-marido teria aberto também uma conta no nome dela e emitido vários cheques sem fundo, além de ter feito um empréstimo que não pagou.

Segundo a Polícia Federal,  a Alberto & Pantoja é uma empresa de fachada integrante do esquema criminoso montado por Cachoeira, utilizada para triangular pagamentos ilegais da construtora Delta. Assim como a Brava Construções, ela tem endereço fictício - um prédio numa cidade-satélite de Brasília onde funciona uma oficina mecânica.

A reunião está sendo realizada na sala 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

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* Matéria atualizada às 12h19

Reportagem - Tiago Miranda
Edição - Wilson Silveira

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