Presidente do Banco Central rejeita quarentena para capital estrangeiro
05/05/2011 - 14:18
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, rejeitou a possibilidade de o governo adotar um sistema de quarentena para controlar a entrada de capital estrangeiro que não vem para o setor produtivo. “Quarentena não está no radar do BC”, disse Tombini, ao participar hoje de audiência pública na Câmara. A declaração foi feita em resposta a questionamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Tombini disse que o BC tem preocupação com o aumento do fluxo de capitais, mas avaliou que o movimento intenso verificado atualmente é temporário, devido aos juros muito baixos praticados pelos países que estão saindo da crise financeira e pelo próprio Japão depois do desastre. “De qualquer forma, as empresas têm de se precaver”, disse.
O presidente do BC lembrou que, em 2008, algumas empresas brasileiras se endividaram porque avaliaram que o dólar ficaria baixo por muito tempo, mas houve desvalorização. “É dinheiro fácil e barato, mas podemos ter problemas na saída [de dólar] se não nos prepararmos.”
Em relação ao aumento dos preços, Tombini disse que as medidas relacionadas a taxa de juros levam de 6 a 9 meses para terem efeito na inflação.
Questionado sobre prazos de financiamento, o presidente do BC disse que já foram implementadas medidas no ano passado. Ele citou o aumento do volume de recursos que os bancos precisam guardar para poderem conceder empréstimos. “ Se preciso, faremos mais nesse sentido”, disse.
A audiência com o presidente do BC foi encerrada. O evento foi promovido pela Comissão Mista de Orçamento, por três comissões da Câmara (Finanças e Tributação; Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Fiscalização Financeira e Controle) e duas comissões do Senado (Assuntos Econômicos; e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle).
Reportagem – Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
Edição – Pierre Triboli