Economia

Controle da inflação é principal desafio do Banco Central, diz Tombini

05/05/2011 - 12:21  

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que o seu desafio no momento é fazer a inflação convergir para o centro da meta de 4,5%, apesar da pressão do preço dos alimentos e do petróleo. Outro problema que também pode impactar a inflação, segundo ele, é o intenso fluxo de dinheiro do exterior para o Brasil.

Tombini, que participa hoje de audiência na Câmara, afirmou que o sistema de metas de inflação é importante para coordenar expectativas do mercado. Ele informou que uma pesquisa do Banco Central com o mercado mostra uma previsão de inflação de 6,37% para o IPCA em 2011, o que ainda está dentro da meta, cujo teto é 6,5%.

Ao comparar o cenário internacional, o presidente do Banco Central lembrou que a expectativa de inflação na Índia é de 8%, enquanto na Rússia é de 9,1%.

Reservas internacionais
Tombini afirmou que as reservas internacionais do País, que atualmente totalizam 328 bilhões de dólares, são um “colchão importante” para as crises internacionais. Ele reconheceu que essas reservas geram um custo para o governo, por causa da diferença entre as taxas de juros internas e a rentabilidade do dólar. Em 2010, esse custo foi de R$ 26,6 milhões.

Segundo o presidente do BC, o Brasil é o que tem a menor reserva em relação aos países que compõem o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China). A reserva do Brasil está em torno de 15% do PIB, enquanto a da China é de 47%, a da Rússia de 32% e a da Índia de 20%.

Inclusão bancária
Na audiência, Tombini também destacou o aumento do acesso da população ao sistema bancário e de crédito. Segundo ele, o total de contas bancárias passou de 57,7 milhões em 2002 para 90,6 milhões em 2011. Em relação ao crédito, ele representava ¼ da economia em 2002 e agora é metade do Produto Interno Bruto (PIB).

O presidente do BC veio ao Congresso cumprir um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal que o obriga a relatar o que a instituição fez no ano passado em relação às políticas de taxa de juros, câmbio e crédito.

Participam da reunião parlamentares da Comissão Mista de Orçamento, de três comissões da Câmara (Finanças e Tributação; Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; Fiscalização Financeira e Controle) e de duas comissões do Senado (Assuntos Econômicos; e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle).

Reportagem – Sílvia Mugnatto/Rádio Câmara
Edição – Pierre Triboli

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