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Problemas do Enem serão solucionados, diz Haddad

17/11/2010 - 13:44  

O ministro da Educação, Fernando Haddad, voltou a defender o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) na audiência pública realizada na Câmara. Ele destacou que o instituto realiza o censo de 60 milhões de jovens por ano, faz a avaliação de 600 mil escolas e cuida da Prova Brasil, entre outras atribuições. “Podem ocorrer falhas, mas elas são apuradas. Vamos aceitar que houve um problema e solucioná-lo”, afirmou.

Segundo Haddad, o Inep é um órgão preparado para receber conhecimentos e oferecer o que já acumulou. Ele afirmou que, no último Enem, o Inep foi vítima de um crime, mas foi criminalizado. “Não havia participação do Inep nas fraudes do ano passando”, destacou. Ao falar dos problemas, Haddad reforçou a “capacidade de reação rápida” do MEC aos problemas e erros do Enem.

Passaporte
Haddad afirmou que o Enem se insere no contexto de democratização de acesso ao ensino superior, ao criar a possibilidade de que os estudantes tenham acesso às vagas e bolsas disponíveis com base no boletim oferecido pelo exame. Esse boletim, segundo o ministro, deve ser uma espécie de passaporte para o ensino superior público e privado, ao financiamentos estudantil e à Universidade Aberta. “O objetivo do Enem não pode ser outro que não refletir na qualidade do ensino médio e transformar o gargalo em banda larga”.

Mas a ideia de usar o Enem como “passaporte” foi criticada por parlamentares da oposição. O deputado Ivan Valente (Psol-SP) destacou que Enem se transformou num exame de classificação para universidades, como outros existentes. “Ele deixou de ser um parâmetro de qualidade do ensino médio para ser mais uma competição. Tenho dúvidas se democratiza o acesso ao ensino superior”, afirmou.

Ensino médio
Questionado pelo deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) sobre a qualidade do ensino médio, Haddad destacou que vêm sendo tomadas várias medidas para melhorar a qualidade desse nível de ensino. “Até 2006, o ensino médio estava excluído do Fundef e não havia material escolar ou programas de alimentação ou transporte”, afirmou. Segundo ele, o investimento em termos reais da escola básica foi dobrado. Foi investido 1% a mais do PIB, chegando a 5% em 2009. “O orçamento do MEC foi dobrado em termos reais”, disse.

O ministro disse ainda que o debate sobe a finalidade do Enem não é trivial e não há consenso a respeito do assunto, nem mesmo dentro dos partidos. Para ele, também há um debate intenso sobre como estruturar o ensino médio do Brasil. “Não estamos engessando o nosso modelo. Estamos em busca do modelo brasileiro que atenda às expectativas dos estudantes”, destacou.

Reportagem – Rachel Librelon
Edição – Wilson Silveira

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