Eleição deste ano é desmobilizada, diz cientista político
03/10/2010 - 19:18
Ao comentar a abstenção na votação – que com os primeiros votos apurados se aproximava dos 20% -, o cientista político e consultor da Câmara Marcelo Lacombe afirmou que esta é uma eleição desmobilizada, não apenas nas classes mais baixas, mas também na classe média e na média alta.
Em entrevista à Rádio Câmara, ele avaliou que tem prevalecido um certo conformismo, a idéia de “deixar como está”, porque estaria dando certo e não haveria razão para mudar. Outro fator de desmobilização, a seu ver, é a sinalização de que dificilmente o candidato que está à frente nas pesquisas vá deixar de vencer.
“Eu não vejo uma melancolia generalizada. Vejo até certa euforia – ‘vamos crescer, o País está dando certo’ –, mas que não se traduz em incentivo à participação política”, disse Lacombe. Para ele, trata-se da “típica euforia dos benefícios privados”.
Na avaliação do cientista político, o eleitorado brasileiro é hoje “fortemente à esquerda”, mas dentro dessa esquerda há uma “maioria silenciosa” conformada com a situação e que decidiu não sair de casa para votar.
Ele afirmou, ainda, que provavelmente o eleitor de Marina Silva (PV) é mais mobilizado. “É um eleitor que sai de casa para marcar posição, a insatisfação com o que está acontecendo”, observou.
Reportagem - Luciana Mariz
Edição – Daniella Cronemberger