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Bancada feminina terá mais 14 deputadas federais na próxima legislatura

03/10/2022 - 20h00

  • Bancada feminina terá mais 14 deputadas federais na próxima legislatura

  • Bancada feminina terá mais 14 deputadas federais na próxima legislatura
  • Câmara tem renovação nas cadeiras menor do que em 2018
  • PL terá a maior bancada na Câmara, seguido por PT e partidos aliados

O PL, o partido de Jair Bolsonaro, terá as maiores bancadas na Câmara e no Senado, seguido pelos partidos aliados ao ex-presidente Lula. O repórter Antonio Vital tem os detalhes.

Mais de 20 horas depois do fechamento das urnas, a conclusão da apuração pelo Tribunal Superior Eleitoral confirmou as projeções que davam como certo o aumento da bancada de partidos de centro-direita no Congresso que vai tomar posse no ano que vem.

O PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, terá a maior bancada na Câmara, subindo de 76 para 99 deputados. A legenda também será a maior bancada no Senado, com 14 senadores. Na Câmara, depois do PL vem a federação formada pelo PT, PV e PCdoB, aliados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 80 deputados. A bancada do PT subiu de 54 para 68. O número de 80 chega com os seis do PCdoB e os seis do PV.

Em seguida, as maiores bancadas no ano que vem na Câmara serão a do União Brasil, com 59 deputados; a do PP, com 47, e a do MDB, com 42.

Esse cenário de polarização entre os partidos de Lula e de Bolsonaro repete 2018, quando o PT elegeu 54 deputados e o PSL, então partido de Bolsonaro, 52.

Cientistas políticos ouvidos pela Rádio Câmara e pela TV Câmara apontam que o próximo Congresso será mais conservador e de direita que o atual, mas eles são cautelosos quando falam do apoio de deputados e senadores ao futuro governo.

Para o analista político Antônio Augusto de Queiroz, o comportamento do Congresso está diretamente ligado a quem será o próximo presidente da República. Se Jair Bolsonaro for reeleito, ele prevê uma ênfase nas pautas de costume e em projetos que aumentam penas para crimes.

Antônio Augusto de Queiroz: Essa nova composição é uma composição mais centro-direita que a atual. Agora, o presidente da República tem uma influência sobre o comportamento do Congresso muito grande. Então, por exemplo, se for o presidente Bolsonaro, este Congresso vai se direcionar muito para a direita. Portanto ele vai ter a oportunidade de fazer as reformas de costumes que ele não conseguiu fazer no primeiro mandato. Agora não. Se o presidente Bolsonaro for reeleito, ele tem uma base muito apropriada para isso. Houve um crescimento significativo de evangélicos, da bancada de segurança.

Para Antônio Augusto Queiroz, o PL ter a maior bancada não significa necessariamente oposição automática a Luiz Inácio da Silva, caso o candidato do PT seja eleito. Segundo ele, pouco mais de 30% dos deputados do partido podem ser considerados bolsonaristas-raiz, o que permite uma margem de manobra para o governo caso o petista seja eleito.

O cientista político Leonardo Barreto vai na mesma linha. Ele diz que, hoje, é cedo para apontar que partidos farão oposição sistemática a Lula.

Leonardo Barreto: A gente vai ter um Congresso mais conservador, mais de direita, mais liberalizante na economia. Isso é um impeditivo, é um sinal de que, caso o ex-presidente Lula, caso seja eleito, terá um Congresso ingovernável? Não. Tanto é que a gente não pode dizer que nenhum desses partidos que chegaram serão oposição automática ao ex-presidente Lula. Pelo fato de o presidente Bolsonaro não ter conseguido fundar o seu partido, caso o ex-presidente Lula vença a eleição, a gente não vai saber quais são os partidos de oposição.

A cientista política Silvana Krause apontou outro fator de cautela na análise do comportamento do futuro Congresso: a cláusula de barreira, que reduziu o número de partidos na Câmara. Segundo ela, legendas médias e pequenas tendem a se fundir, o que vai diminuir a quantidade de legendas, processo que já começou com a criação de federações, em que os partidos se unem e na prática atuam como se fossem um só por um período de quatro anos.

Silvana Krause: O que eu acho mais interessante que esta eleição, e agora vamos ter que cuidar, analisar, ela tende a mostrar uma fragmentação menor. Nós tivemos na eleição de 2018 trinta partidos. Ao que tudo indica, nós vamos ter, com as federações, 19 partidos representados. E 23, considerando cada partido, independentemente das federações. Então é uma mudança e a gente tem que ter muito cuidado para ver o que vai acontecer.

Partidos tradicionais diminuíram de tamanho no Câmara. O PSDB caiu de 22 para 13 deputados. O PSB caiu de 24 para 14. E o PTB de dez para apenas um.

No Senado, partidos aliados do presidente Jair Bolsonaro ficaram com a maioria das cadeiras em disputa. O PL, partido do presidente, elegeu oito das 27 vagas. Outros partidos da base governista, como PSC, PP, Republicanos, elegeram seis. O PT, partido do candidato Luiz Inácio Lula da Silva, elegeu quatro. E o PSB, partido do candidato a vice de Lula, Geraldo Alckmin, apenas um.

Com isso, o PL vai ocupar 14 cadeiras no Senado, ou seja, assim como na Câmara, o partido do presidente da República terá a maior bancada da Casa. Para Graziella Guiotti Testa, o resultado foi uma demonstração de força do bolsonarismo.

Graziella Guiotti Testa: Para o Senado a gente tem visto que o apoio do Bolsonaro deu muitos frutos. A gente tem aí Hamilton Mourão, a própria Damares Alves, aqui pelo DF. Este apoio bolsonarista deu muitos frutos no Senado.

Apesar de ter obtido apenas quatro das 27 cadeiras em disputa no Senado, a bancada do PT aumentou de sete para nove senadores.

Entre os senadores eleitos estão os atuais deputados Efraim Filho (UNIÃO-PB); Alan Rick (UNIÃO-AC), e Professora Dorinha (UNIÃO-TO) todos do União; e Tereza Cristina (PP-MS); Laercio Oliveira (PP-SE); e Hiran Gonçalves (PP-RR); do PP.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Antonio Vital.

Os resultados nas urnas indicam uma renovação na Câmara dos deputados de 39%. O índice é menor do que o verificado em 2018, na última disputa eleitoral. Mais detalhes com a repórter Sílvia Mugnatto.

A renovação da Câmara dos Deputados ficou em 39%, um total menor que o das últimas eleições, de 47,37%, mas mais próximo da média histórica anterior às eleições de 2018. O cálculo é da Secretaria Geral da Mesa da Câmara, que considera todos os políticos que em algum momento exerceram o cargo de deputado nesta legislatura, ou seja, desde 2019. A Câmara tem 513 deputados, mas o total que passou pela Casa foi de 598.

Entre os novos, um vereador de Belo Horizonte, Nikolas Ferreira, do PL, alcançou quase 1,5 milhão de votos, a maior número do país. Em um dos seus últimos vídeos de campanha, Ferreira fala do combate ao que ele chama de “velha política”, que seria a troca de favores.

Nikolas Ferreira: Porque eu devo lealdade aos meus eleitores. Realmente eles votaram por alguém que é contra o aborto, eu vou ser contra o aborto; votaram em alguém que é contra as drogas, serei contra as drogas. Votaram em alguém a favor dos CACs (colecionador, atirador e caçador), a favor do armamento civil, votou em alguém a favor da liberdade econômica, votaram em alguém para lutar pelo homeschooling, educação domiciliar; eu vou ser leal a eles.

Em São Paulo, o mais votado foi Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, candidato do Psol, com um milhão de votos. Em um vídeo de campanha, ele conta que questionou o ex-presidente Lula sobre o programa Minha Casa, Minha Vida.

Guilherme Boulos: Por que que no Minha Casa, Minha Vida não fez moradia no centro da cidade? Por que que não desapropriou imóvel abandonado. E ele me falou uma coisa: Quantos deputados os sem-teto têm, quantos deputados as empreiteiras têm? É disso que estamos falando. Eu quero ser deputado para fazer esse enfrentamento lá, no espaço de poder.

Alguns deputados atuais foram reeleitos com uma votação bem maior que a anterior como Carla Zambelli (PL-SP), que conseguiu quase 1 milhão de votos, quatro vezes mais que em 2018.

Também entre os novos, estão figuras que participaram do governo Bolsonaro como o ex-ministro da Saúde General Pazuello; e o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. E, na esteira da operação Lava-Jato, foram eleitos o ex-procurador da República Deltan Dallagnol, no Paraná, e Rosângela Moro, esposa do ex-juiz Sérgio Moro, em São Paulo.

Ainda em São Paulo, a ex-senadora Marina Silva foi eleita deputada pela Rede. Outro movimento é dos políticos que foram deputados em outras legislaturas e estão de volta à Câmara como os cariocas Chico Alencar, do Psol, e Lindbergh Farias, do PT.

O consultor político Antônio Augusto de Queiroz destacou a presença na Câmara de alguns “caciques” políticos.

Antônio Augusto de Queiroz: Há uma circulação no poder. Embora velhos caciques não tenham vindo, outros vieram. Por exemplo: Eunício Oliveira, Roseana Sarney. São exemplos de figuras históricas no Parlamento que retomam mandato. O Robinson Faria, pai do Fabio Faria (ministro das Comunicações), que foi governador do Rio Grande do Norte. Então também tem muito cacique chegando nesta eleição.

O mais novo deputado federal é Amon Mandel, do Cidadania do Amazonas, que tem 21 anos e era vereador de Manaus. Já Luiza Erundina (Psol-SP) foi reeleita e é a deputada mais idosa, com 87 anos.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Sílvia Mugnatto.

Política

A Rádio Câmara cobriu as eleições neste domingo e ouviu vários analistas sobre a disputa pela presidência da República. O repórter José Carlos Oliveira traz um resumo das avaliações sobre o pleito.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e o atual presidente Jair Bolsonaro, do PL, dominaram o primeiro turno da eleição à presidência da República e adiaram a decisão para o segundo turno, no dia 30 de outubro.

Na votação deste domingo, Lula terminou em primeiro lugar, com 48% de apoio dos eleitores, enquanto Bolsonaro ficou com 43%. Simone Tebet, do MDB, foi a terceira colocada, com 4% dos votos, e Ciro Gomes, do PDT, terminou com 3%. Os demais candidatos não chegaram a 1% do total de mais de 122 milhões de votos. Cerca de 20% dos eleitores não compareceram às urnas. Em números absolutos, Lula teve cerca de 6 milhões de votos a mais do que Bolsonaro.

No acompanhamento da apuração na Rádio Câmara, a cientista política Graziella Guiotti Testa, da Fundação Getúlio Vargas, ressaltou a necessidade de Lula e Bolsonaro construírem, desde já, a governabilidade possível para o mandato que começa em 2023.

Graziella Guiotti Testa: Vai ser um desafio nos dois casos. A questão toda é entender quais vão ser os movimentos do Judiciário no sentido de reprimir ou não o orçamento secreto. E se a estratégia de Lula ou de Bolsonaro será a mesma que eles usaram em outros tempos. Acho que essa construção da governabilidade é muito parecida com o tipo de acordo que precisa acontecer dentro da sociedade. Essa alta polarização que existe, sobretudo em relação à pauta de costumes, passa a ser difícil de trabalhar na construção de governabilidade também. Então, vamos ver se a gente vai conseguir se reconciliar como sociedade e procurar aqueles pontos que são comuns.

Também comentarista da Rádio Câmara, durante o primeiro turno, o cientista político Adriano Oliveira, da Universidade Federal de Pernambuco, destacou a tendência dos dois candidatos quanto às futuras negociações com os governadores.

Adriano Oliveira: O ex-presidente Lula vai dialogar com todos os governadores, independentemente dos partidos. E vai dialogar com os prefeitos. No caso do presidente Bolsonaro, ele já demonstrou claramente que não tem disposição para dialogar, principalmente com governos que ele considera de esquerda.

Já o consultor político Antônio Augusto de Queiroz, ouvido pela TV Câmara, projeta mudanças no perfil de um dos candidatos.

Antônio Augusto de Queiroz: No segundo turno, ele vai ser o Bolsonaro ‘paz e amor’, porque já consolidou os votos ‘talibãs’ dele e precisa convencer o pessoal. E a diferença em torno de 5% não é muita coisa para uma disputa presidencial.

Em pronunciamento, na noite de domingo, Lula classificou o segundo turno como uma “prorrogação” e manifestou a intenção de iniciar imediatamente a busca de novos apoios. Já Bolsonaro fez críticas às pesquisas eleitorais e disse que o foco da campanha do segundo turno será nas classes menos favorecidas.

Da Rádio Câmara, de Brasília, José Carlos Oliveira.

Catorze estados e o Distrito Federal tiveram seus governadores já escolhidos no primeiro turno. Doze deles foram reeleitos.

Nos demais 12 estados haverá segundo turno. É o caso de cinco dos nove estados do Nordeste: Bahia, Pernambuco, Sergipe, Alagoas e Paraíba. No Sudeste, haverá segundo turno em São Paulo e Espírito Santo e, na região Sul, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Também haverá segundo turno no Amazonas e Rondônia e no Mato Grosso do Sul.

Houve algumas surpresas não detectadas pelas pesquisas eleitorais. A lista dos 15 governadores já conhecidos inclui 12 reeleitos. São os casos de Cláudio Castro, do PL, no Rio de Janeiro; Romeu Zema, do Novo, em Minas Gerais; Ibaneis Rocha, do MDB, no Distrito Federal; Ronaldo Caiado, de Goiás, e Mauro Mendes, do Mato Grosso, ambos do União Brasil; Wanderlei Barbosa, do Republicanos, no Tocantins; Ratinho Junior, do PSD, no Paraná; Fátima Bezerra, do PT, no Rio Grande do Norte; Carlos Brandão, do PSB, no Maranhão; Helder Barbalho, do MDB, no Pará; Gladson Cameli, do Acre, e Antônio Denarium, de Roraima, ambos do Progressistas. Além deles, o ex-prefeito de Macapá Clécius Luís, do Solidariedade, foi eleito governador do Amapá; o deputado estadual Elmano de Freitas, do PT, venceu a disputa para o governo do Ceará; e o ex-secretário estadual Rafael Fonteles, do PT, vai para o governo do Piauí.

Diante de várias divergências dos números finais com as projeções apresentadas nas pesquisas eleitorais, o consultor legislativo Rafael Silveira sugeriu revisão das metodologias de detecção das intenções de voto.

Rafael Silveira: É importante a gente ver onde as pesquisas falharam muito e onde elas acertaram. E aí os institutos têm que correr atrás para saber. Claro que não existe uma fórmula matemática em relação a processo de apuração, de pesquisa, de processo científico. Mas há limitação e, nesse caso, os institutos realmente têm que avaliar as suas metodologias para saber se houve algum tipo de fenômeno não coberto pelos resultados delas.

Nos demais 12 estados haverá segundo turno.

Da Rádio Câmara, de Brasília, José Carlos Oliveira.

Mulheres

A bancada feminina na Câmara cresceu e terá mais 14 deputadas na próxima legislatura. O repórter Cláudio Ferreira tem mais informações sobre as eleições.

Dezoito partidos que elegeram representantes para a próxima legislatura da Câmara dos Deputados vão contar com mulheres em suas bancadas. Serão 91 deputadas federais a partir de fevereiro de 2023, um aumento de 18% em relação à última eleição, quando foram escolhidas 77 mulheres.

No pleito deste ano, elas receberam pouco mais de 11 milhões e 600 mil votos, contra 7 milhões 917 mil nas últimas eleições gerais. E as mulheres ficaram com o primeiro lugar entre os mais bem colocados nas bancadas de oito estados: Acre, Goiás, Maranhão, Pará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Sergipe, além do Distrito Federal. E serão 18 % do total de parlamentares, pouco mais do que os 15% de 2018.

Mas o crescimento da bancada feminina na Câmara foi bem menor do que em 2018. Há quatro anos, o aumento foi de 51% em relação às eleições de 2014 e o número de deputadas, naquela ocasião, passou de 51 para 77 parlamentares.

Em termos numéricos, na comparação com 2018, destaca-se o aumento de mulheres na bancada do PL, de 6 para 17 deputadas, e no PT, de 10 para 18 parlamentares. Partidos como o Podemos, MDB, PSD, Psol e Republicanos também tiveram crescimento no número de deputadas: o PSD, por exemplo, passou de uma para 4 representantes do sexo feminino, aumento de 300%.

Segundo a cientista política Graziella Guiotti, da Fundação Getúlio Vargas, que participou da cobertura da Rádio Câmara no domingo das eleições, é preciso mudar a gestão dos recursos nos partidos para que continue o crescimento da participação das mulheres no Poder Legislativo.

Graziella Guiotti: A gente teve vários casos de mulheres falando que não receberam o recurso que foi prometido pelos partidos; em diversos momentos, a gente ouvia falar das mulheres laranjas, candidatas laranjas e tal. Em muitos casos, os partidos convidam candidatas laranjas sem elas saberem que são laranjas. Eles precisam desse mínimo de candidaturas femininas e o voto que eles recebem depois impacta no tanto de recursos que eles recebem também. Eles ganham se eles tiverem mulheres bem votadas, mas eles não necessariamente estão dispostos a investir nessas candidaturas.

A cientista política acrescenta que é importante também que as mulheres conquistem os cargos mais altos dentro das estruturas partidárias e, consequentemente, o poder de decisão.

Graziella Guiotti: Eu acho que já está no momento de a gente pensar nos próximos passos e de como a gente vai criar incentivos para evitar esse “teto de vidro” também na política. Então como a gente vai criar incentivos para que as mulheres ocupem posições de lideranças relevantes no Legislativo e que elas ocupem posições de relevância nos partidos políticos para pleitear cargos maiores ao Executivo.

Pela primeira vez, a bancada feminina na Câmara terá duas deputadas trans. Erika Hilton foi eleita pelo Psol de São Paulo. Duda Salabert é do PDT de Minas Gerais.

Da Rádio Câmara, de Brasília, Cláudio Ferreira.

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