Rádio Câmara

Ontem, domingo 28 de abril, foi o Dia Nacional da Caatinga, um bioma exclusivo do Brasil, o que torna seu patrimônio biológico único no planeta. Pena que esse patrimônio também esteja esquecido e maltratado.
A Caatinga é um bioma que toma o equivalente a 11% do território do país, ocupando parte dos 9 estados do nordeste e o norte de Minas Gerais. Na Caatinga, as secas do clima semiárido deixam a vegetação sem folhas e os troncos das árvores esbranquiçados e secos. Frente a paisagem de quilômetros e mais quilômetros de vegetação esbranquiçada, os tupi a denominaram "mata branca", unindo na sua língua caa (de mata) e tinga (que significa branca), formando Caatinga.

Hoje, segundo dados do IBGE, cerca de 27 milhões de pessoas vivem na sua área original.
Um dos problemas da pressão humana são as queimadas, prática ainda comum no preparo da terra para a agropecuária. Além de destrutivas à cobertura vegetal, prejudicam a fauna, a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo.

A Caatinga também é alvo do desmatamento desenfreado. Sofre com a conversão de terras para pastagens e agricultura, e com a retirada ilegal de madeira para ser usada como lenha. As perdas com o desmate já chegam a 46% da área do bioma, relativamente muito mais do que a Amazônia, que perdeu até hoje 15% da sua área total.
O pedaço da Caatinga já desmatado equivale aos territórios dos estados do Maranhão e do Rio de Janeiro somados.
Como consequência desta degradação, já figuram na lista das espécies ameaçadas de extinção local, por exemplo, o veado-catingueiro, onças e gatos selvagens. A perda mais notória da Caatinga é a da Ararinha-azul, que apareceu no filme Rio como cidadã carioca, quando na verdade ela costumava enfeitar os céus da Caatinga.