Deputados retiram de pauta a MP sobre conta de luz após pedido do governo
A MP isentou os beneficiários da tarifa social de energia elétrica do pagamento da conta de luz entre 1º de abril e 30 de junho
05/08/2020 - 16:10 • Atualizado em 05/08/2020 - 21:04
O Plenário da Câmara dos Deputados decidiu, por 244 votos favoráveis a 232 contrários, retirar de pauta a Medida Provisória 950/20, que isentou os consumidores beneficiários da Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) do pagamento da conta de luz entre 1º de abril e 30 de junho. O pedido de retirada de pauta foi feito pelo líder do governo, deputado Vitor Hugo (PSL-GO).
Segundo o líder, a MP já cumpriu os objetivos na pandemia de Covid-19. A estimativa do governo para a isenção nos três meses é de um gasto de R$ 900 milhões. O projeto de lei de conversão do deputado Leo Moraes (Pode-RO) estendia a isenção até o próximo dia 31, a um custo adicional de R$ 800 milhões.
A MP 950/20 perde a vigência nesta quarta-feira (5). Antes de abrir a votação, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), alertou a bancada do governo que, mesmo retirado, o texto permanece impedindo a votação de outras três medidas provisórias (951, 952 e 983).
“Lamento que horas e horas do relator sejam desperdiçadas pela ação do governo", disse o líder do PSB, deputado Alessandro Molon (PSB-RJ). Segundo ele, não faz sentido o Planalto fazer perder a validade uma MP.
Já para o líder do Novo, deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), o relatório de Moraes acabaria gerando mais distorções do que benefícios para a população.
O benefício da TSEE é limitado ao consumo mensal máximo de 220 quilowatt-hora (kWh/mês) ‒ para efeito de comparação, uma geladeira de 360 litros (sem freezer) consome cerca de 32 kWh por mês. O consumo acima de 220 kWh não teve desconto.
Reportagem ‒ Ralph Machado e Tiago Miranda
Edição ‒ Marcelo Oliveira