Trabalho, Previdência e Assistência

Bancada feminina cobra mudanças no texto da reforma da Previdência

Matéria deve começar a ser votada hoje pelo Plenário da Câmara dos Deputados

09/07/2019 - 16:48   •   Atualizado em 09/07/2019 - 20:05

A bancada feminina da Câmara dos Deputados emitiu nota nesta terça-feira (9) para cobrar mudanças no texto da reforma da Previdência (PEC 6/19). A matéria está na pauta do Plenário de hoje.

Confira os principais pontos da reforma da Previdência, após votação na comissão especial

Cleia Viana/Câmara dos Deputados
Seminário Nacional – 5 anos do Plano Nacional de Educação. Dep. Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO)
Professora Dorinha Seabra Rezende: texto atual pode agravar ainda mais as desigualdades entre homens e mulheres

Segundo as deputadas, nem o substitutivo inicial do deputado Samuel Moreira (PSDB-SP) nem o texto aprovado na comissão especial na madrugada da sexta-feira (5), contemplaram sugestões feitas pelo grupo de trabalho (GT) da Secretaria da Mulher sobre o tema.

“O não atendimento [das demandas] nos preocupa pelos graves impactos que a reforma pode ter para agravar ainda mais as desigualdades sociais e econômicas entre homens e mulheres no País”, diz o documento assinado pela coordenadora da bancada, deputada Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), e pela coordenadora do GT, deputada Tereza Nelma (PSDB-AL).

Sugestões
A bancada cobrou mudanças em três pontos. O primeiro diz respeito a condições diferenciadas na regra de transição, para que as mulheres que passem mais tempo na ativa possam ter reajuste no cálculo do benefício a partir de 15 anos de contribuição. Na versão atual do texto, o aumento de 2 pontos percentuais ao ano para o valor da aposentadoria ir de 60% da média para 100% só será contabilizado a partir dos 20 anos de contribuição.

“Trata-se de uma distorção que invalida a redução do tempo de contribuição das mulheres", afirmam as parlamentares no texto.

Entenda a tramitação da reforma da Previdência

O segundo ponto é a piora, na opinião das deputadas, nas condições da pensão por morte. As mulheres são beneficiárias de quase 90% das pensões concedidas. O texto aprovado na comissão especial garante um salário mínimo como pensão se essa for a única fonte de renda do beneficiário. Se não o for, o pagamento pode ser menor, o que seria o caso se um dos beneficiários receber, por exemplo, o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

A bancada também criticou a substituição do princípio de “proteção à maternidade”, previsto na Constituição, pelo termo “salário-maternidade”. De acordo com as deputadas, a proteção à maternidade envolve situações mais complexas do que a mera concessão de um benefício previdenciário. “Trata-se de um direito humano, imprescindível não só para as mulheres, mas para toda sociedade”, disseram as deputadas no documento.

Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Marcelo Oliveira

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