Direitos Humanos

Deputadas da base governista e da oposição criticam reforma da Previdência

Em sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, deputadas e senadoras dizem que as mulheres são as mais prejudicadas pela proposta

08/03/2017 - 13:30  

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Deputadas e senadoras de diferentes partidos criticaram a reforma da Previdência (PEC 287/16), em sessão solene do Congresso Nacional em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, que ocorre no Plenário do Senado.

A deputada Laura Carneiro (PMDB-RJ) foi uma das que criticou a reforma da Previdência, por “penalizar mais as mulheres do que os homens”. Ela salientou a diferença salarial, durante a vida laboral, entre trabalhadores e trabalhadoras. Além disso, ela chamou atenção para o alto índice de violência contra as mulheres que persiste no Brasil. Conforme ela, no Carnaval, o Rio de Janeiro, uma mulher foi agredida a quatro minutos.

Única mulher titular na comissão especial da reforma da Previdência, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também afirmou que as mulheres serão as maiores prejudicadas pela reforma, que iguala a idade de aposentadoria entre homens e mulheres. Ela apontou o risco de retrocesso nos direitos das mulheres no governo Michel Temer, criticando, por exemplo, a retirada, pelo governo, do status de ministério da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

Entre outros pontos, a deputada pediu ainda a aprovação de cota para mulheres no Legislativo (Proposta de Emenda à Constituição 134/15), para que haja mais parlamentares do sexo feminino discutindo questões de seu interesse.

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) também criticou a reforma da Previdência. Segundo ela, a luta contra a reforma é a principal bandeira das mulheres brasileiras neste momento. Ela citou relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que mostra que as mulheres trabalham sete horas e meia a mais por semana do que o homens, devido à dupla jornada de trabalhos domésticos. “Apesar de trabalharem mais horas que os homens, elas recebem menos”, acrescentou.

Lídice da Mata apontou ainda o baixo número de mulheres no Parlamento – 10% de mulheres na Câmara e 14% no Senado, além de ter ressaltado que o Brasil é o quinto país com índice mais alto de feminicídio.

Mais informações a seguir.

Reportagem - Lara Haje
Edição - Rachel Librelon

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