Líder do PT defende Petrobras como operadora única do pré-sal
09/08/2016 - 12:21

O líder do PT, deputado Afonso Florence (BA), defendeu o papel da Petrobras no contexto geopolítico mundial, como operadora única dos campos de pré-sal e como incentivadora da valorização de produção de conteúdo nacional.
“Derrotar esse projeto é preservar os interesses do povo brasileiro. O que eles estão propondo é que a dinheirama que sai do pré-sal vá para as multinacionais do petróleo em vez de ir para saúde e educação”, disse Florence.
Contrário ao projeto que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobras como operadora única de todos os blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal, Florence também criticou a decisão da Câmara de limitar o número de participantes do debate nas galerias do Plenário Ulysses Guimarães.
Ex-diretor de exploração e produção da Petrobras, Guilherme Estrella também defendeu que o petróleo deve ser encarado como um fator de segurança nacional. “O pré-sal veio completar a base energética que o Brasil precisa para se desenvolver autonomamente. A operação única da Petrobras é um fator preponderante. As empresas estrangeiras representam os interesses de seus países sede e o pré-sal dá ao Brasil um protagonismo no cenários geopolítico mundial”, disse Estrella.
Segundo o ex-diretor da Petrobras, que fez parte da equipe que descobriu as reservas de pré-sal, essas áreas são a última fronteira de exploração do planeta. “Como exploradora única, a Petrobras está na fronteira do conhecimento e é trabalhando ali que se avança. Por isso, eles [estrangeiros] querem ser operadores, porque elas querem trabalhar nessa fronteira”, disse.
Por sua vez, o deputado Julio Lopes (PP-RJ) defendeu o direito de opção da Petrobras de escolher em quais campos pretende operar e criticou as decisões tomadas pela estatal durante o governo da presidente afastada Dilma Rousseff.
“Trabalharemos duro e forte para reestabelecer o sistema de concessão, o único sistema capaz de trazer viabilidade aos leilões e para atrair as estrangeiras para apoiar a Petrobras, e o Brasil para extrair essa riqueza”, disse Lopes.
Eles participam de Comissão Geral formada para debater o Projeto de Lei 4567/16, que retira a obrigatoriedade de atuação da Petrobras como operadora única de todos os blocos contratados pelo regime de partilha de produção em áreas do pré-sal. O debate foi proposto pelo deputado Carlos Zarattini (PT-SP).
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Reportagem – Murilo Souza
Edição – Luciana Cesar