Política e Administração Pública

Representante de funcionários critica diretoria do fundo de pensão dos Correios

20/08/2015 - 10:54  

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O presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap), Luiz Alberto Barreto, criticou há pouco as decisões tomadas pelos gestores do fundo Postalis em relação a investimentos realizados nos últimos anos. Segundo ele, as aplicações feitas pelo fundo teriam sido responsáveis pelo atual deficit de R$ 5,6 bilhões, maior do que os ativos do fundo, da ordem de R$ 5 bilhões.

“Em agosto de 2014 chegamos a pedir intervenção em nosso fundo de pensão, mesmo com a diretoria garantindo sua liquidez”, disse ele, questionando investimentos suspeitos, pouco rentáveis ou que não tiveram ainda rendimento repassado ao fundo.

Barreto questionou as decisões da companhia de investimentos BNY Mellon – com sede em Nova Iorque -, que supervisiona a gestão terceirizada do Postalis. “Por que o Postalis investiria em um título da dívida pública brasileira se poderia adquirir títulos do tesouro nacional?”, indagou Barreto, ao sugerir que o fundo desse preferência por investimentos de menor risco.

“Por que o Postalis concentrou tanto seus investimentos no BNY Mellon, que correspondem à maior parte do deficit financeiro do fundo?”, questionou.

Barreto lembrou ainda que, ao verificar a situação de falta de liquidez, a diretoria do fundo decidiu aumentar em 25,98% a contribuição dos participantes. Segundo ele, a Adcap obteve na Justiça a suspensão, em caráter liminar, do pagamento de contribuições adicionais dos participantes do Postalis, que estava previsto para ser descontado dos salários e das pensões em abril.

Em resposta ao relator da CPI, deputado Sergio Souza (PMDB-PR), Barreto explicou que o Postalis tem dois planos de previdência (BD Saldado e PostalPrev). Segundo ele, a cobrança extraordinária de 25,98% seria apenas para empregados do plano BD Saldado, que soma deficit de R$ 5,6 bilhões. Os empregados admitidos após 2005 estão no plano Postal Prev, que, segundo Barreto, está com as contas equilibradas, com saldo de cerca de R$ 3 bilhões.

A CPI apura indícios de gestão fraudulenta que podem ter causado prejuízos nos fundos de pensão Petros (da Petrobras), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Previ (do Banco do Brasil) e Postalis (dos Correios) entre 2003 e 2015.

Os fundos de pensão são entidades de previdência, organizadas por empresas públicas ou privadas, com o objetivo de arrecadar, administrar e investir o dinheiro dos trabalhadores para garantir uma complementação da aposentadoria daqueles que aderirem ao plano.

A reunião ocorre no plenário 3.

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Reportagem - Murilo Souza
Edição - Daniella Cronemberger

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