Política e Administração Pública

Delegado rebate críticas sobre operação da PF no Canadá

05/08/2015 - 22:15  

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O delegado Ricardo Hiroshi Ishida, coordenador da equipe de policiais federais que foi ao Canadá em 2012 buscar dados relativos às mensagens telefônicas entre o doleiro Alberto Youssef e os ex-deputados André Vargas e Luiz Argôlo, disse à CPI da Petrobras que não havia necessidade de utilizar tratado de cooperação internacional entre o Brasil e o Canadá para obter as informações.

“Não era uma questão de cooperação jurídica internacional, já que os crimes foram praticados no Brasil, por brasileiros”, explicou o policial, ao responder pergunta do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ).

O agente Sérgio Ramalho Rezende e os delegados José Navas Júnior, Ricardo Hiroshi Ishida e Sérgio de Arruda Costa Macedo foram convocados a pedido do deputado Léo de Brito (PT-AC) para explicar quais os procedimentos adotados para a obtenção, arquivamento e proteção dos dados, assim como os instrumentos jurídicos usados pela polícia.

Eles foram ao Canadá em missão oficial obter as informações junto à empresa RIM (Research in Motion), fabricante do aplicativo usado pelos telefones celulares BlackBerry – utilizado por Youssef, Vargas e Argôlo. As mensagens eram criptografadas para evitar grampos telefônicos.

As defesas dos ex-deputados e da empreiteira OAS argumentam que os dados foram obtidos ilegalmente. Os advogados alegam que a Polícia Federal (PF) não respeitou acordo de colaboração internacional entre o Brasil e o Canadá ao procurar diretamente a fabricante do telefone e não o Ministério da Justiça Canadense.

A defesa de André Vargas pede a anulação das provas alegando que ele não poderia ter sido investigado sem autorização do Supremo Tribunal Federal, já que na época era deputado.

A convocação dos policiais provocou críticas na CPI. A deputada Eliziane Gama (PPS-MA) e o deputado João Gualberto (PSDB-BA) apontaram suposto interesse do PT em questionar a legalidade da Operação Lava Jato.

A CPI está reunida no plenário 1.

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Reportagem – Antonio Vital
Edição – Regina Céli Assumpção

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