Educação, cultura e esportes

Presidente do Bahia diz que MP poderá forçar a formação de ligas independentes

14/05/2015 - 00:56  

O presidente do Esporte Clube Bahia, Marcelo Sant’Ana, criticou as normas previstas na Medida Provisória 671/15 para a participação em campeonatos dos clubes que aderirem ao refinanciamento. Ele disse que, como as agremiações só podem entrar em competições de entidades que respeitem as regras da MP, e uma dessas regras é apenas aceitar nos torneios clubes que tenham aderido, cria-se um cenário que praticamente força os clubes a se organizar em ligas independentes caso as federações estaduais não queiram também colaborar.

“Vamos ter conflito. Não podemos determinar que as entidades modifiquem estatutos que estão dentro da legalidade”, afirmou, durante a audiência pública desta quarta-feira da comissão mista que analisa a MP.

Alberto Lopes Maia Filho, do Paysandu, também criticou esse ponto da proposta, lembrando que as entidades internacionais de futebol não teriam como aceitar a nova realidade de ligas e federações.

Retenção de receita
O presidente da Portuguesa, Jorge Manuel Gonçalves, viu impropriedade na retenção de receita e no débito automático prioritário das parcelas do refinanciamento da dívida. Ele disse que esse é um tratamento desigual que se propõe aos clubes e que atrapalha uma gestão financeira que poderia permitir até mesmo amortizações futuras substanciais.

“Em nenhum refinanciamento dado pelo Estado, a primeira dívida a ser paga é a do parcelamento. Eu posso querer fazer grandes investimentos que me deem retornos maiores, mas não posso porque a receita está bloqueada”, questionou.

Responsabilização pessoal
O presidente do Paysandu manifestou opinião contrária à regra que determina a responsabilização pessoal dos dirigentes pelas dívidas reconhecidas.

“Nenhum dirigente vai aceitar assumir um clube se for se responsabilizar pessoalmente por dívidas por 20 anos”, disse ele, fazendo referência ao prazo mínimo de quitação das dívidas dentro do refinanciamento proposto.

Futebol feminino
O coordenador técnico da seleção brasileira de futebol feminino, Fabrício Maia, pediu que a modalidade não seja objeto da MP 671/15. “O futebol feminino não é menor do que nada do que está sendo tratado aqui, mas ele tem que saber o seu momento de ser discutido. Nosso desejo é que a MP possa ser construída e alguma coisa possa vir a contribuir com a nossa modalidade”, afirmou.

No texto original da MP, uma das exigências para os clubes que aderirem ao refinanciamento é a manutenção de “investimento mínimo” no futebol feminino.

Da Redação – PT
Com informações da Agência Senado

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