Ministro da Agricultura vem à Câmara rebater denúncias de corrupção
03/08/2011 - 08:08
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, será ouvido hoje às 10 horas pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural. Ele vai rebater denúncias de corrupção no ministério feitas pelo ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Oscar Jucá Neto.
Jucazinho, como é conhecido, é irmão do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), e foi exonerado na semana passada , depois que a revista Veja revelou que ele havia autorizado um pagamento de R$ 8 milhões a uma empresa fantasma que já foi ligada à sua família e que hoje tem como sócios dois laranjas – um pedreiro e um vendedor de carros.
Após a exoneração, ele deu entrevista à revista na qual afirma que o esquema de desvio de recursos públicos na Conab é comandado pelo ministro Wagner Rossi e que há um “consórcio” entre o PMDB e o PTB no controle do ministério. Entre as irregularidades, ele citou um acerto com a Caramuru Alimentos para postergar o pagamento de uma dívida em troca de recebimento de propina. O senador Gim Argello (PTB-DF) também é citado na reportagem como homem influente na Conab e beneficiário de um esquema de venda de terrenos da Conab abaixo do preço de mercado.
O líder do PSDB na Câmara, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou que o depoimento não deverá esvaziar as denúncias de corrupção na pasta. “É uma forma de esclarecer quem está com a razão, o acusador (Jucazinho) ou o acusado (o ministro)”, disse.
Explicações
Em entrevista coletiva na segunda-feira (1º), o ministro da Agricultura classificou as denúncias de “mentiras deslavadas” e apresentou documentos que, segundo ele, provam que as acusações são infundadas.
O ministro afirmou que Oscar Jucá Neto fez as denúncias na tentativa de criar um "caso político", após ter sido responsabilizado pela transferência irregular de R$ 8 milhões no sistema da Conab. Pelas normas da companhia, segundo o ministro, todo pagamento acima de R$ 50 mil deve ser encaminhado para avaliação da Advocacia-Geral da União (AGU), da diretoria colegiada da Conab e do Ministério da Agricultura, antes de ser liberado, o que não aconteceu no caso de Oscar Jucá.
Na terça-feira (2), a Controladoria-Geral da União (CGU) instaurou auditoria para investigar o Ministério da Agricultura e a Conab.
*Matéria atualizada às 9h55.
Da Redação/WS
Com informações da Agência Brasil