Diretora da Comissão da Verdade de El Salvador reclama falta de ação do Brasil
14/12/2010 - 18:29
A diretora da Comissão da Verdade de El Salvador, a argentina Patricia Tappatá de Valdez, reclamou que, dos países envolvidos na Operação CondorAliança de vários regimes militares da América do Sul (Brasil, Argentina, Chile, Bolívia, Paraguai e Uruguai) para coordenar a repressão a opositores de extrema-esquerda (subversivos), montada a partir do início dos anos 1970. A operação durou até a onda de redemocratização na década seguinte., só o Brasil ainda não tem Comissão da Verdade.
Ela disse que o Brasil também precisa investigar as violações de direitos humanos cometidas durante a ditadura militar, a exemplo do que fazem Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia, os outros países da Operação Condor.
Segundo a diretora, o atual momento é crucial para o Brasil. “Conhecer a verdade é uma dupla necessidade: para cumprir a obrigação de investigar, cobrada nos meios internacionais; e para garantir o direito à reparação”, afirmou ela.
Para Patricia de Valdez, a Comissão da Verdade tem um valor pedagógico essencial para a vida democrática. “Em todos os países tem sido assim”, disse.
O Seminário Internacional sobre Comissões da Verdade, promovido pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias, em parceria com a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça e a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, já se encerrou.
Reportagem - Luiz Cláudio Pinheiro
Edição - Regina Céli Assumpção