Proposta promete aumentar número de alunos no ensino superior
Especialistas ressaltam importância das universidades comunitárias para atingir metas do Plano Nacional de Educação. Hoje apenas 14% dos jovens estão no ensino superior.
26/07/2010 - 15:23
A proposta de regulamentação das Instituições Comunitárias de Educação Superior (Ices) - PL 7639/10 -, que possibilita a compra de vagas pelo Poder Público para oferta gratuita à população, deve ampliar o número de jovens no ensino superior, segundo a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
A parlamentar lembra que o Plano Nacional de Educação (Lei 10.172/01) tem como meta 30% dos brasileiros entre 18 e 24 anos no ensino superior até 2011. Segundo a deputada, o próximo plano, com metas para 2021, deve prever que cerca de 45% dos jovens estejam na universidade. Hoje essa proporção não passa de 14%. "Para alcançar tais objetivos, temos de continuar investindo cada vez mais na educação pública e, além disso, garantir uma alternativa viável, que é a educação comunitária", afirma.
Para o presidente da Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), Vilmar Thomé, o Poder Público não tem condições de alcançar essas metas sozinho. "Contudo, em parceria com instituições de caráter público, como as comunitárias, podemos dar um salto em relação à inclusão de nossos jovens na educação superior", defende.
Conforme dados do Ministério da Educação (MEC), o custo médio de um aluno do ensino superior público chega a R$ 11.820, por ano. O presidente da Abruc assegura que as parcerias com instituições comunitárias não representarão aumento de gastos. "O custo de manutenção de um estudante em uma instituição comunitária seria menor ou, no mínimo, igual ao valor gasto hoje pelo Poder Público", sustenta.
Qualidade dos cursos
Para Vilmar Thomé, a oferta de vagas pelas universidades comunitárias também não acarretará perda de qualidade do ensino. Segundo ele, essas instituições oferecem cursos de qualidade técnica comparáveis à das universidades públicas.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) utiliza como parâmetro de avaliação dos cursos de graduação e pós-graduação o Índice Geral de Cursos (IGC). Esse indicador varia de 1 a 5, a depender da qualidade da faculdade avaliada. Não há dados oficiais específicos sobre as escolas comunitárias, mas o secretário-executivo da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (Anec), Dilnei Lorenzi, afirma que nenhum desses centros tem curso com IGC inferior a 3.
Reportagem - Carolina Pompeu
Edição - Marcelo Oliveira