03/12/2015 13:41 - Política
03/12/2015 13:41 - Política
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou nesta quinta-feira que a presidente Dilma Rousseff mentiu ao negar a negociação do pedido de impeachment, em pronunciamento na quarta-feira.
Em entrevista coletiva, Cunha relatou um encontro que o deputado Andre Moura, do PSC de Sergipe, teria tido com Dilma e o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Segundo o presidente da Câmara, no encontro, Dilma teria barganhado a aprovação da CPMF pelos parlamentares em troca de votos do PT pelo não prosseguimento do processo de cassação de Cunha, em andamento no Conselho de Ética:
"Ela mentiu à Nação quando fez o seu pronunciamento. E ela mentiu quando disse que o seu governo, e ela, não autorizava qualquer barganha. Ontem pela manhã, deputado esteve com a presidente da República, que quis vincular apoio dos deputados do PT à aprovação da CPMF. Isso foi feito com o deputado André Moura, que esteve com ela levado pelo ministro Jaques Wagner. A barganha veio, sim, proposta pelo governo, e eu me recusei a aceitar a barganha."
Eduardo Cunha anunciou ainda a convocação de sessão extraordinária, na próxima segunda, para eleger a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment de Dilma. O presidente da Câmara disse ter cumprido seu papel constitucional ao decidir sobre o pedido, que se baseou em crime de responsabilidade contra a lei orçamentária.
Na contramão, o deputado Wadih Damous, do PT do Rio de Janeiro, confirmou que entraria nesta quinta com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal contra a decisão de Cunha de abrir o processo de impeachment. Na visão de Damous, Cunha agiu motivado por interesse pessoal:
"É um ato abusivo. Ele está praticando esse ato em retaliação a uma decisão da bancada do Partido dos Trabalhadores, que resolveu orientar seus representantes no Conselho de Ética para votar a favor do prosseguimento da representação contra o senhor Eduardo Cunha."
Cunha negou ter agido por interesse pessoal. Ele disse que sua decisão já deveria ter sido anunciada na segunda passada.
Líderes da oposição, como Carlos Sampaio, do PSDB de São Paulo, defendem agora o cancelamento do recesso de fim de ano do Congresso:
"É evidente que está em jogo é um processo de impeachment, que propõe o afastamento da presidente Dilma pela prática de crime de responsabilidade. É evidente que não pode ter férias e que o recesso não pode sequer começar."
Sobre isso, Eduardo Cunha afirmou que vai esperar a decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros, uma vez que se trada de uma decisão a ser tomada em conjunto pelos dois.
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