Rádio Câmara

Com voz madura, do alto de seus 82 anos, Áurea Martins se entrega à ancestralidade em álbum que reverencia rezadeiras e benzedeiras do Brasil, mulheres que se dedicam a curar dores do corpo e da alma. Ao longo das 11 faixas do álbum Senhora das Folhas, Áurea confere sofisticação a repertório variado que inclui desde canções de domínio público a uma releitura de conhecido rap de Projota. Áurea Martins participa desta edição do programa Aplauso. Além de comentários sobre o álbum, Áurea lembra de período em que trabalhou como crooner ao lado de Djavan, recém-chegado de Alagoas à procura de oportunidades no Rio de Janeiro. Revela como era Clara Nunes, cantora de bolero, em Belo Horizonte, antes da fama com os sambas de Paulo César Pinheiro e companhia. A cantora veterana também fala de preconceito contra artistas negros, na Bossa Nova, e comenta sua passagem pelas Rádios Nacional e Mayrink Veiga, onde conheceu nomes referenciais da música brasileira como Elizeth Cardoso e Elis Regina.

Músicas utilizadas

Banho de Manjericão (João Nogueira e Paulo César Pinheiro) – Áurea Martins
Na Paz de Deus (Arlindo Cruz, Sombrinha e Beto Sem Braço_ Áurea Martins. Introdução de Vó Joaquina, rezadeira do Sertão de Pernambuco
A Rezadeira (Projota) - Áurea Martins e Moyseis Marques
Ponto das Caboclas (Camila Costa) – Áurea Martins
Sem Folha Não Tem Orixá (domínio público) - Áurea Martins e André Gabeh
Prece do Ó (prece tradicional com melodia do grupo Berroguetto. Pesquisa de Dércio Marques) – Áurea Martins
Senhora Santana (bendito de origem medieval) - Áurea Martins e Cantadeiras do Souza
Araruna (Nahiri Asurini e Marlui Miranda) - Áurea Martins e André Gabeh. Citação do poema Vô Madeira (Julie Dorrico)
Folha Miúda/ Menino do Samburá (Roque Ferreira) - Áurea Martins