Saúde

Comissão da Violência Obstétrica avalia nascimentos prematuros no Brasil

23/05/2023 - 08:43  

Depositphotos
Mulher gestante está sentada segurando a barriga
No Brasil, mais da metade dos bebês nasce de cesariana

A comissão especial sobre violência obstétrica e morte materna da Câmara dos Deputados promove novo debate nesta terça-feira (23), a pedido das deputadas Sâmia Bomfim (Psol-SP), Antônia Lúcia (Republicanos-AC), Lídice da Mata (PSB-BA), e da presidente do colegiado, Soraya Santos (PL-RJ). Desta vez, sobre o aumento da prematuridade no País.

A violência obstétrica atinge diretamente as mulheres e pode ocorrer durante a
gestação, parto e pós-parto. "É o desrespeito à mulher, à sua autonomia, ao seu corpo e aos seus processos reprodutivos", afirma Antônia Lúcia.

"Uma em cada quatro mulheres sofreram durante o período de gestação, pré-parto, perda gestacional, parto e puerpério", afirma Soraya Santos. A deputada alerta, no entanto, que esse número pode ser bem maior, já que várias agressões e procedimentos desnecessários costumam ser naturalizados pelas grávidas.

Cesarianas
Lídice da Mata afirma que a violência obstétrica é um dos grandes desafios a serem enfrentados no cenário de atenção às mulheres, "o que requer o direcionamento de olhares a outros espaços de nascimento, como o domiciliar".

No Brasil, no entanto, o modelo predominante de nascer é cesariana, lamenta Sâmia Bomfim. "Dados do Ministério da Saúde apontam que essas cirurgias compreendem 56% dos nascimentos no Brasil, sendo que no sistema particular de saúde os números chegam a 88%."

Sâmia ressalta ainda que bebês nascidos de cesarianas apresentam riscos maiores de dificuldades respiratórias e são internados em UTI neonatal com mais frequência. "Quando não tem indicação clínica, a cesariana aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe", afirma a deputada.

Foram convidados para audiência, entre outros, a diretora-executiva da ONG Prematuridade, Denise Suguitani, e a presidente da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, Daphne Rattner.

A audiência será realizada no plenário 4, a partir das 15 horas.

 

Da Redação - ND

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'.