Economia

Arrecadação com cigarros somou quase R$ 15 bilhões em 2019, diz entidade

16/09/2020 - 19:05  

A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) calcula que os cigarros representaram R$ 14,478 bilhões em tributos no ano passado. A maior parte refere-se ao IPI – em valores correntes, R$ 6,898 bilhões, ou 35% de todo o dinheiro girado no mercado doméstico.

Esse patamar na arrecadação do IPI, segundo a entidade, equivale em termos percentuais ao registrado em 2011. No final daquele ano, houve uma mudança na regra de apuração do tributo (Lei 12.546/11 e Decreto 7.555/11), alterada cinco anos depois (Decreto 8.656/16).

Conforme a tabela da Afubra, na prática a nova forma de tributação impactou as margens da indústria e do fumicultor. Entre 2011 e 2019, a arrecadação de ICMS variou pouco (de 27% para 28% do total a partir de 2017) e a margem do varejo ficou estável (8%).

Nas mudanças feitas em 2011, o governo abriu mão do chamado selo de controle, que representava então 6% do dinheiro movimentado pelo segmento de cigarros no Brasil. Naquele ano, a margem da indústria foi de 8,1%. A do fumicultor, de 4,8%.

Conforme a Afubra, a margem da indústria passou a subir até 26% em 2016, pouco mais do que a arrecadação federal com IPI, de 25,8%. Após revisão tributária daquele ano, o IPI se recuperou e somou 35% em 2019, ante os 14,9% da indústria e os 3,1% do fumicultor.

Em 2019, ainda de acordo com a entidade, o setor de cigarros no Brasil movimentou R$ 19,684 bilhões. Ao preço médio de R$ 6,36 cada, foram consumidos  pouco mais de 3 bilhões de maços ao longo do ano – queda de 36% ante 2011, mas o equivalente a aproximadamente 1.960 cigarros por segundo.

 

 

 

Reportagem – Ralph Machado
Edição – Marcelo Oliveira

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