Saúde

Presidente da Fiesp defende retomada das atividades econômicas com responsabilidade

Já Fecomércio pede crédito facilitado para micro e pequenas empresas

17/06/2020 - 14:12  

Roberto Parizotti/Fotos Públicas
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Federações de comércio defendem suporte aos lojistas

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, defendeu nesta quarta-feira (17) a retomada das atividades econômicas no Brasil. “Talvez tenhamos que conviver com esse vírus por muitos meses. Não vamos ficar em casa nove meses”, afirmou. “O mundo hoje não está mais falando em lockdown, quarentena, nada disso, mas em retomada. Mas retomar com prudência, responsabilidade e protocolos”, disse. Segundo ele, isso significa, por exemplo, uso de máscaras e práticas de higienização e cuidado com os mais idosos e portadores de doenças crônicas.

“De resto todos nós temos que ir à luta”, disse. “Vamos voltar a trabalhar. Não temos outra alternativa, não podemos esperar que não haja mais risco do vírus”, opinou. “Temos que sair com a devida cautela.”

Em reunião da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha as ações de combate ao coronavírus, Skaf disse que é preciso fazer com que “a roda da economia volte a se movimentar”, para que não haja agravamento na área social.

Ele lembrou que apenas em março mais de 1 milhão de empregos formais foram perdidos, fora os informais. E criticou, por exemplo, a regra de funcionamento para os shoppings em São Paulo, com restrição de quatro horas.

Skaf pediu a retomada da discussão de reformas administrativa e tributária pelo Congresso Nacional. Além disso, defendeu campanhas de testagem e uso de leitos de hotéis para o isolamento de casos testados positivos. “Não é preciso construir hospitais de campanha”, opinou.

O General Peternelli (PSL-SP) defendeu projeto de sua autoria (PL 2970/20), que regulamenta o compartilhamento de informações hospitalares dos estabelecimentos de saúde públicos e privados com o Ministério da Saúde e com as secretarias estaduais e municipais de saúde. Para ele, essa medida pode auxiliar os gestores na avaliação se é de fato necessário construir hospitais de campanha ou se é possível utilizar leitos privados.

Suporte aos empresários
Na reunião, o presidente da Fecomércio/RJ, Antonio de Queiroz Junior, defendeu mais mecanismos de suporte aos comerciantes, especialmente para micro e pequenas empresas, que representam mais de 90% das empresas do País. Ele destacou que o comércio representa 60% do PIB e não pode suportar período tão longo de pandemia sem essas medidas.

Segundo ele, embora medidas já tenham sido tomadas pelo Ministério da Economia, como a oferta de crédito, na prática micro e pequenas empresas têm dificuldade de acesso a crédito. Isso ocorre, na sua visão, porque a avaliação das empresas é feita como se fosse um período normal. Ele defende medidas de exceção, facilitando o crédito para empresas devedoras, por exemplo. “É preciso que o crédito chegue na ponta”, disse. Segundo ele, isso é essencial para a manutenção do emprego.

Já o deputado Jorge Solla (PT-BA) citou a Medida Provisória 927/20, em análise no Plenário da Câmara, que altera regras trabalhistas durante a pandemia de Covid-19 para evitar demissões. O texto do Poder Executivo prevê redução de salários, teletrabalho, antecipação de férias e de feriados, concessão de férias coletivas, entre outras medidas.

Critérios para a abertura
A deputada Jandira Feghali criticou a retomada das atividades no Rio de Janeiro a partir desta quarta-feira, que, na visão dela, vai levar ao óbito especialmente daquela parcela da população que depende do transporte público.

Para ela, a abertura deve levar em conta a realidade de cada região da cidade e deve ser feita testagem da população em determinadas áreas de alta densidade demográfica e averiguação do nível de contágio. Na opinião da deputada, o número de vagas em leitos de UTI não pode ser o único critério para a abertura econômica.

Secretário de Estado de Desenvolvimento Regional de São Paulo, Marco Vinholi apontou a tendência de interiorização dos casos de Covid-19, com o crescimento de casos no interior do estado e queda na capital. Segundo ele, para a abertura e fechamento dos setores produtivos, esses dados estão sendo levados em conta, além do diálogo com o setor produtivo.

Reportagem- Lara Haje
Edição - Natalia Doederlein

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