Veto a bagagem gratuita em voos gera polêmica entre parlamentares
25/09/2019 - 20:01
O veto à bagagem gratuita nos voos comerciais gerou disputa na sessão do Congresso Nacional que ocorre neste momento. O deputado Paulo Azi (DEM-BA) afirmou que, para diminuir o valor das passagens, só há duas opções: ou subsídio público, retirando direito de outros setores, ou abrir a concorrência para novas empresas.
Azi foi relator da Lei Geral do Turismo e defendeu a manutenção do veto à bagagem gratuita em voos comerciais. “Quem mais quer a derrubada desse veto são as empresas que hoje operam no mercado. Se esse veto cair, será muito mais difícil que se implante de uma vez por todas no País a concorrência no setor aéreo, a vinda de novas empresas para operar”, disse.
É o mesmo argumento do deputado Augusto Coutinho (Solidariedade-PE), para quem as empresas aéreas fazem um “cartel” para manter os preços altos. “Essa é uma questão de mercado, de competição, como ocorre em todo o mundo. Manter o veto aumentará o comércio e as disputas [entre as empresas aéreas] no Brasil, com a queda dos preços”, declarou.
Já o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) não cumpriu a promessa de passagens mais baratas com a cobrança extra de bagagens. “Passados dois anos e meio, as passagens só aumentaram, assim como os transtornos à população”, disse.
Segundo o senador, as empresas aéreas aumentaram as suas margens de lucro com a mudança, sem melhorias para os usuários.
Capital estrangeiro
Já o deputado Ivan Valente (Psol-SP) criticou não apenas a cobrança da bagagem como também a ampliação do capital estrangeiro no setor. Segundo ele, nenhuma das medidas abaixou o preço das passagens aéreas.
“Essa cobrança é indevida e com preços nas alturas. Alguém que viaja precisa carregar bagagem, o que está embutido na passagem”, disse.
Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Pierre Triboli
