Trabalho aprova nível superior para intérprete de Libras
02/09/2019 - 18:59
A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados aprovou proposta que exige formação em nível superior obrigatória para o exercício de tradutor, guia-intérprete e intérprete de Libras.
O texto foi aprovado na forma de um substitutivo da deputada Professora Marcivânia (PCdoB-AP) ao Projeto de Lei 9382/17. Ao contrário do projeto, que revoga a lei atual (Lei 12.319/10), Marcivância optou por alterar a norma para exigir formação em nível superior específica para a profissão.
“Não há necessidade de se revogar a lei, que tem uma importância história para o reconhecimento das atividades dos profissionais intérpretes, bastando alterações pontuais”, afirmou.
Formação mínima
Pelo texto, o exercício da profissão é privativo das pessoas com a seguinte formação:
- bacharelado em tradução e interpretação em Libras - Língua Portuguesa;
- bacharelado em Letras com habilitação em tradução e interpretação de Libras e Língua Portuguesa;
- cursos superiores em outras áreas e diplomas de extensão, formação continuada ou especialização com carga horária mínima de 360 horas, além de aprovação em exame de proficiência.
O texto aprovado mantém o exercício da profissão de quem não tem formação superior, mas foi habilitado nos termos da legislação vigente e tem diplomas de cursos de extensão ou formação continuada na área.
Para Marcivânia, a boa formação dos profissionais é fundamental para garantir a inserção das pessoas com deficiência no mercado de trabalho e para a efetiva participação como cidadãos na sociedade.
Jornada
O texto aprovado também determina jornada de seis horas diárias ou 30 horas semanais para os profissionais. Nos casos de tradução e interpretação superior a uma hora de duração, é exigido o revezamento de, no mínimo, dois profissionais.
Além disso, inclui na legislação a profissão de guia-interprete, que domina a comunicação utilizada por pessoas com surdocegueira.
Tramitação
A proposta ainda será encaminhada para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania antes de ir à votação no Plenário.
Reportagem - Carol Siqueira
Edição - Geórgia Moraes