Política e Administração Pública

Protesto contra PEC do Teto de Gastos termina em confronto com policiais

29/11/2016 - 21:03  

Manifestantes protestaram em frente ao Congresso Nacional, nesta terça-feira (29), contra a PEC do Teto dos Gastos Públicos (PEC 55/16). Houve confronto com a Polícia Militar (PM), e deputados de oposição denunciaram o que classificaram como violação de direitos humanos.

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Manifestantes protestam no gramado do Congresso Nacional
A multidão se dispersou após o uso de bombas de gás lacrimogênio por policiais militares

Segundo a PM, participaram do ato cerca de 12 mil pessoas, a maioria ligada aos movimentos estudantis que comandaram ocupações nas escolas e universidades do País. Mas também havia sindicalistas, indígenas e outros movimentos sociais contrários ao governo Temer.

Do carro de som, vinham discursos com críticas à proposta de emenda à Constituição – já aprovada na Câmara e atualmente em análise no Senado – que limita os gastos da União por até 20 anos.

Os manifestantes também defendiam a derrubada da medida provisória da reforma do ensino médio (MP 746/16) e a continuidade da demarcação de terras indígenas, entre outras reivindicações.

Confronto
O protesto seguia pacífico até que um pequeno grupo de manifestantes virou um carro estacionado na rampa próxima ao gramado do Congresso.

Com o apoio de helicópteros e da cavalaria, a PM reagiu com gás de pimenta e bombas de efeito moral, como gás lacrimogêneo. Pouco depois das 18 horas, a multidão se dispersou da frente do Congresso.

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Manifestantes protestam no gramado do Congresso Nacional
Antes, um grupo de manifestantes havia virado um automóvel estacionado próximo ao gramado

Houve, no entanto, novos confrontos na Esplanada dos Ministérios, nos quais alguns manifestantes mais exaltados chegaram a incendiar um carro e destruir placas de trânsito.

Repercussão
Deputados de oposição tentaram negociar com o comando da PM e reclamaram do que chamaram de "truculência policial”. "Jogaram gás de pimenta na gente. Estávamos tentando conversar com eles”, afirmou Pepe Vargas (PT-RS).

A deputada Maria do Rosário, também do PT gaúcho, anunciou que vai denunciar o fato nos fóruns internacionais de direitos humanos. “É uma vergonha que jovens, estudantes e pessoas com opinião diferente do senhor Michel Temer estejam sendo atacados por bombas e gás”, disse.

Por outro lado, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) defendeu a ação policial. “A corporação fez o que devia ser feito para evitar mais depredação e uma possível invasão do prédio do Congresso Nacional.”

Reportagem – José Carlos Oliveira
Edição – Marcelo Oliveira

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