Direitos Humanos

Subprocuradora-Geral da República denuncia cultura do estupro no Brasil

14/09/2016 - 11:29  

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A subprocuradora-Geral da República e procuradora federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Déborah Duprat, denunciou a cultura do estupro existente no Brasil, em comissão geral para discutir a violência contra mulheres e meninas, que ocorre neste momento no Plenário da Câmara. Ela afirmou que a cultura brasileira condena a mulher ao espaço doméstico.

“Os estupros se inserem na lógica de mulheres deslocadas do papel que os homens lhe colocaram. Elas estão na rua, em vez de na casa, e fora do espaço de recato”, explicou. Ela defendeu a educação, nas escolas, das crianças, para a formação de uma cultura de igualdade.

A assistente Social da Secretaria da Criança do Distrito Federal, Karina Figueiredo, também defendeu a discussão dessas questões em diferentes âmbitos, inclusive na escola, e ressaltou que a questão cultural é um dos maiores desafios para se enfrentar o estupro. “Convivemos com o padrão cultural do machismo, da desigualdade de gênero, que tem papel fundamental na exploração e violência sexual”, afirmou.

Segundo ela, existe uma concepção de que a sexualidade do homem é incontrolável, naturalizando a cultura do estupro. “A violência sexual não é patologia, acontece por questão cultural”, completou.

Para ela, a educação é importante até para que a criança aprenda a se defender. Além disso, Karina disse que é necessário discutir a erotização e comercialização dos corpos de meninas e adolescentes e a culpabilização das meninas pela violência sexual.

Condutas diferentes
A advogada Patrícia Bueno Netto apontou a ausência de homens no debate e disse estranhar isso, já que se busca a igualdade entre homens e mulheres. Para ela, o homem não pode se tratar como inimigo. “Deus nos fez diferente, nós nos completamos”, disse. Ele criticou a Lei 12.015/09, que, na visão dela, “jogou na vala comum o estupro e o atentado violento ao pudor. “Temos que separar condutas desiguais”, opinou. “Uma passada de mão não é igual ao estupro”, completou.

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Reportagem - Lara Haje
Edição - Rachel Librelon

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