Estudo do Dieese mostra vantagens do PPE
26/08/2015 - 16:09

O economista Clovis Scherer, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontou vantagens para os trabalhadores, para as empresas e para o governo com o programa. “Para o trabalhador, a renda não diminui tanto como nos casos de suspensão temporária do contrato de trabalho (lay-off) e seguro-desemprego. Para o governo, a vantagem é que evita saques do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e mantém as contribuições do INSS, o que compensa os gastos com o FAT. E as empresas que aderirem terão o custo com os trabalhadores diminuído”, disse.
Scherer admitiu que, embora o programa seja importante para preservar o emprego, não promove o crescimento econômico.
Representantes das centrais sindicais reunidos para conhecer a análise do Dieese disseram apoiar a proposta, mas cobraram medidas complementares.
Pascoal Carneiro, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), disse que é preciso estimular o consumo para a economia voltar a crescer. "O trabalhador garante o emprego pelo período do acordo, mas tem uma redução de salário. Quando você reduz salário, você retira dinheiro da economia, do consumo interno. É preciso que o governo pense numa política de juros menor".
O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no encontro comemorou a medida. Ele é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Paulo, setor atingido pela crise econômica e por uma onda de demissões. “Essa proposta caiu como uma luva para as montadoras de veículos, e muitas delas já estão aderindo”.
Folha de pagamento
Para deputados da oposição, a medida não é suficiente para conter o desemprego. “Por um lado, o governo cria um programa especial, que vai onerar inclusive o Fundo de Amparo ao Trabalhador. E por outro lado ele tira o emprego, votando a reoneração da folha de pagamento", disse o deputado Izalci (PSDB-DF).
Ele se referiu ao projeto de lei que reduz a desoneração da folha de pagamento para empresas de vários setores, aprovado na semana passada pelo Senado e que pode ser vetado em parte pela presidente Dilma Rousseff.
Reportagem - Antonio Vital
Edição - Patricia Roedel