Economia

Para governo, CNPM terá papel importante na formulação de políticas públicas

Consultor considera que os principais problemas do setor mineral são o elevado número de acidentes de trabalho, a produção de água ácida, os altos níveis de barulho e poeira, a exportação de mineral não beneficiado a preços baixos e a exaustão das jazidas.

05/05/2015 - 21:54  

O secretário-adjunto de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Telton Elber Corrêa, admitiu nesta terça-feira (5) que o espaço politico de decisão e de debate em torno do novo marco regulatório da mineração (Código de Mineração - PL 5807/13) tem que ser ampliado. Ele destacou como ponto positivo da proposta a criação do Conselho Nacional de Politica Mineral (CNPM).

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Comissão de Legislação Participativa (CLP) Seminário: Marco Regulatório da Mineração. Telton Elber Corrêa
Telton Corrêa: o conselho terá ainda competência de fazer mediação, ou seja, será também um espaço para solução de conflitos.

“Será um espaço de discussão de alto nível em termos de políticas públicas, um instrumento extremamente importante”, disse Corrêa, que comentou ainda o papel da nova agência reguladora do setor mineral. “A agencia terá ainda competência de fazer mediação, ou seja, será também um espaço para solução de conflitos”, disse.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), José Calixto Ramos, disse que o controle social, com a participação da sociedade, dos trabalhadores e das comunidades atingidas, é fundamental para o sucesso do novo código de mineração. “Precisamos definir quando, como e para quem devem ser aproveitados os bens minerais. Entendo que a participação de todos e o controle social são fundamentais”, disse.

Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Comissão de Legislação Participativa (CLP) Seminário: Marco Regulatório da Mineração. presidente da CNTI e da Nova Central, José Calixto Ramos Expositor
Calixto Ramos: precisamos definir quando, como e para quem devem ser aproveitados os bens minerais.

Principais problemas
Por fim, o consultor técnico e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Cláudio Scliar enumerou como principais problemas do setor mineral brasileiro o elevado número de acidentes de trabalho, a produção de água ácida, os altos níveis de barulho e poeira, a exportação de mineral bruto (não beneficiado) a preços baixos e a exaustão das jazidas.

Para ele, o novo código de mineração precisa trazer dispositivos que permitam excluir empresas com passivos ambientais ou trabalhistas do acesso à exploração mineral. Ele defendeu ainda outros dispositivos como, por exemplo, a obrigatoriedade de mineradoras terem que pagar pelo direito de uso da água.

Tramitação
O atual Código de Mineração (Decreto-Lei 227/67) foi publicado durante o regime militar. Para atualizá-lo, o governo federal enviou, em 2013, uma nova proposta (PL 5807/13), que se juntou a outros seis projetos de lei (PL 37/11 e apensados) sobre o assunto que já tramitavam na Câmara dos Deputados desde 2011.

Na legislatura passada, Leonardo Quintão (PMDB-MG) apresentou um substitutivo aos projetos, mas o texto não chegou a ser votado.

Agora, uma nova comissão especial estuda o assunto. Quintão é novamente o relator dos projetos e espera votar seu parecer até o final de maio.

O seminário sobre Marco Civil da Mineração promovido pela Comissão de Legislação Participativa prossegue nesta quarta-feira (6), das 9 às 18 horas, no plenário 3.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Regina Céli Assumpção

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