Política e Administração Pública

Relator da reforma política critica excesso de campanhas eleitorais no Brasil

O deputado também apresentou os pontos que devem constar de seu relatório, como o fim da reeleição para prefeito, governador e presidente da República e mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos

24/04/2015 - 11:11  

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O relator da comissão especial que analisa a reforma política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), disse que o excesso de campanhas eleitorais no Brasil é um dos problemas a serem resolvidos com mudanças na legislação. Castro, que participa do programa Câmara Itinerante em Campo Grande (MS) nesta sexta-feira, criticou a “individualização das campanhas”.

“Na campanha passada tivemos 6 mil e tantos candidatos a deputado federal, 14 mil e tantos a deputado estadual. Isso representa 21 mil campanhas, é absolutamente irracional. Cada candidato faz uma campanha para si: ele tem seu jingle, seu carro de som, suas placas, um exército de cabos eleitorais, seu advogado, seu contador, tudo individual”, afirmou.

Marcelo Castro acredita que a reforma política acabará com o “custo exorbitante” das campanhas eleitorais, diminuindo a influência do poder econômico e fortalecendo os partidos políticos. “Queremos uma reforma para fortalecer os partidos, para eles serem mais coesos, mais ideológicos, mais programáticos, para que o eleitor saiba o que ele busca votando em um partido. Hoje o cidadão diz ‘não voto em partido, voto em candidato’. Com razão, não temos partido.”

O que deve estar no parecer
O parlamentar listou ainda os pontos que são dados como certo em seu relatório: o fim da reeleição para prefeito, governador e presidente da República; mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos, inclusive senadores; coincidência das eleições municipais, estaduais e nacionais; fim das coligações proporcionais; diminuição do tempo de campanha; e fidelidade partidária com um novo prazo para que o político mude de legenda antes das eleições seguintes.

Em relação ao financiamento de campanha, Marcelo Castro disse que a tendência é manter um financiamento misto, público e privado. Quanto ao sistema eleitoral, os parlamentares da comissão dividem-se entre o distritão, no qual são eleitos os mais votados do estado, independentemente do partido; e o distrital misto, que mescla votos no candidato e no partido.

O Câmara Itinerante continua na sede da Federação da Indústria do Estado de Mato Grosso do Sul.

Participação popular
Para participar dos debates, a população pode enviar perguntas e sugestões, em tempo real, por meio do portal e-Democracia ou pelo e-mail camaraitinerante@camara.leg.br. Usuários do Instagram e do Twitter podem usar a hashtag #camaraitinerante.

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Natalia Doederlein

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