Política e Administração Pública

Eduardo Cunha diz que abertura de seus sigilos cabe à CPI

12/03/2015 - 16:20  

Questionado pelo deputado Ivan Valente (PSol-SP), na reunião desta quinta-feira (12) da CPI da Petrobras, se aceitaria antecipadamente quebrar seu sigilo telefônico, fiscal e bancário, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, afirmou que aceitaria entregá-los, se a comissão entender que é necessário. “Não tenho nenhum problema com qualquer dos meus sigilos”, disse. “A declaração fiscal já é pública”, adicionou.

Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados
Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar a prática de atos ilícitos e irregulares no âmbito da empresa Petróleo Brasileiro S/A (PETROBRAS), entre os anos de 2005 e 2015, relacionados a superfaturamento e gestão temerária na construção de refinarias no Brasil. Dep. Clarissa Garotinho (PR-RJ)
Clarissa Garotinho considerou a reunião da CPI "vergonhosa", um festival de "felicitações".

Uma das últimas a falar, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ) disse que não esperava outra posição do presidente da Casa a não ser se colocar a disposição da CPI. Apesar disso, considerou “vergonhosa” a reunião do colegiado que, para ela, foi uma “reunião de felicitações”. “Cabe a esta comissão indagar, perguntar, questionar, inquirir. E foi o que menos vi na manhã de hoje”, disse a parlamentar, referindo-se ao fato de que a grande maioria dos parlamentares que a antecedeu aceitou os argumentos de Cunha, e poucos perguntaram.

Clarissa Garotinho quis saber se Cunha possui contas no exterior, em seu nome ou no nome de empresas; se ele já se encontrou com o doleiro Alberto Youssef ou com Fernando Soares, o Baiano (operador do esquema de pagamento de propinas ao PMDB, segundo Youssef); se já se reuniu com Júlio Camargo, representante da empresa Mitsui – também suspeita de pagamento de propina a partidos.

Em resposta, Cunha disse que nunca esteve com Youssef ou com Baiano. “Não tive reuniões com ninguém para tratar da Petrobras. A não ser reuniões públicas para tratar de interesses do Rio de Janeiro”, declarou o presidente

.A deputada questionou também sobre um doleiro de nome Lúcio Funaro, que teria pagado despesas de Cunha em Brasília. O presidente afirmou que ninguém paga suas despesas e sugeriu que a deputada não misturasse eventuais divergências políticas com o assunto tratado pela CPI da Petrobras.

Reportagem - Murilo Souza e Lara Haje
Edição - Patricia Roedel

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